Câmara de Lisboa proíbe abertura de comércio antes das 08h00 no fim de semana
Covid-19
12 de nov. de 2020, 18:45
— Lusa/AO Online
De acordo com uma informação
enviada pela autarquia, “tendo vindo a público a intenção de algumas
grande superfícies comerciais abrirem às 06:30 da manhã nos próximos
fins de semana, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa emitiu hoje
um despacho clarificando que o horário de abertura dos estabelecimentos
comerciais nos próximos dois fins de semana será às 08h00 (menos uma nos Açores) da manhã”.A
Câmara de Lisboa informa ainda que não será “aceite a abertura
antecipada antes dessa hora a qualquer estabelecimento comercial ou de
venda a retalho”.Na quarta-feira, a
Jerónimo Martins anunciou que iria antecipar a abertura da “maioria das
suas lojas” Pingo Doce para as 06h30, no fim de semana, devido às
limitações de circulação impostas devido à pandemia de covid-19, para
evitar a concentração de pessoas durante a manhã.Na
madrugada de domingo, após uma reunião extraordinária do Conselho de
Ministros, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que a circulação
estará limitada nos próximos dois fins de semana entre as 13h00 de
sábado e as 05h00 de domingo e as 13h00 de domingo e as 05h00 de
segunda-feira nos 121 concelhos de maior risco de contágio pelo novo
coronavírus.Segundo o decreto que regula a
aplicação do estado de emergência decretado pelo Presidente da
República, que entrou em vigor na segunda-feira, são permitidas, no
entanto, as “deslocações a mercearias e supermercados e outros
estabelecimentos de venda de produtos alimentares e de higiene, para
pessoas e animais”.Nestes estabelecimentos, lê-se no diploma, “podem também ser adquiridos outros produtos que aí se encontrem disponíveis”.Em
declarações à SIC Notícias, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando
Medina (PS), explicou que a decisão de estabelecer que o horário de
abertura dos estabelecimentos comerciais nos próximos dois fins de
semana será às 08h00 da manhã foi tomada por razões de "equidade e
transparência".“Seria incompreensível que,
face à natureza de um estabelecimento ter um nome de supermercado e não
um nome de mercearia, que um pudesse abrir a uma hora e outro a outra",
afirmou, considerando “lamentável” que tenha existido “um
aproveitamento por parte de cadeias comerciais” para tentarem, “de forma
capciosa, contornar as regras - a coberto de que estão a fazer um
melhor serviço aos clientes - e buscar um pouco mais de negócio ao
vizinho de lado”.Por isso, salientou, “as
regras vão ser comuns para todos”, tentando fazer o que é fundamental
nestes dias, ou seja, “proteger as pessoas, as pessoas ficarem em casa,
terem acesso aos bens fundamentais, com horários que sejam razoáveis,
mas não compactuar com aqueles que procuram no meio destas dificuldades
todas irem buscar o lucro ao vizinho do lado e muitas vezes um vizinho
mais pequeno e até mais necessitado”.