Câmara de Lisboa decide que não há arraiais populares este ano

1 de jun. de 2021, 15:46 — Lusa/AO Online

"Infelizmente, este ano não vamos poder ter arraiais, não vamos poder ter as comemorações do Santo António com arraiais, dada a situação que vivemos", disse Fernando Medina (PS), acrescentando: "É a decisão sensata, é a decisão avisada nesta fase da pandemia em que são precisos ainda cuidados, são precisos alertas".Em declarações à agência Lusa, o autarca de Lisboa indicou que, tal como no ano passado, os arraiais "não vão ser licenciados nem pela Câmara nem por Juntas de Freguesia e, por isso, a fiscalização cabe às autoridades, quer à Polícia Municipal, quer à Polícia de Segurança Pública (PSP)"."Infelizmente, já antecipávamos este cenário, por isso já tínhamos anunciado que não iríamos ter as marchas este ano e que os festejos não se iriam realizar, isso é óbvio. Isto agora estende-se a toda a noite de Santo António, na noite do dia 12 [de junho], os arraiais tão típicos desta altura não vão acontecer e, por isso, teremos que, infelizmente, aguardar mais um ano para podermos de novo celebrar o Santo António com a alegria com que a cidade gosta de o fazer", declarou. A 06 de maio, a Câmara de Lisboa anunciou que não seria realizado o concurso das marchas populares que ocorre anualmente em junho, devido à pandemia, e decidiu atribuir metade do subsídio habitual, 15.000 euros, a cada entidade organizadora.Neste âmbito, o município tem mantido o contacto regular com as autoridades de saúde e com as Juntas De Freguesia, existindo “uma convergência grande de opiniões” relativamente à não realização de arraiais.“O apelo que o município faz é que as pessoas no fundo compreendam a situação que estamos a viver e que haja obviamente comportamentos de civismo adequados a esta fase”, afirmou Fernando Medina, referindo que a pandemia “não está estabilizada”.Ainda que a expectativa seja de “avanço rápido e conclusão do processo de vacinação até à imunidade de grupo”, o autarca sublinhou que, “infelizmente, tal não aconteceu até esta altura”.Questionado sobre a realização das festas de São João na cidade do Porto, em que vão ser criadas três zonas de diversões, o socialista reiterou que a não realização de arraiais populares na capital “é a única decisão adequada” face ao contexto da pandemia, indicando que as autoridades de saúde têm apelado a que se evitem as aglomerações, pelo que “é da responsabilidade de todos cumprirem para esse objetivo”.A deliberação do município da capital passa por “dar um sinal claro de que não deve haver essas aglomerações, nem esses ajuntamentos, de que não [se está], infelizmente, ainda em fase de que isso seja possível na cidade de Lisboa e também pelo país”, frisou Fernando Medina, acrescentando que está a decorrer uma sensibilização sobre a não realização de arraiais, inclusive nos bairros típicos.Relativamente à possibilidade de aglomerações espontâneas de pessoas na rua, o autarca explicou que “essa é uma matéria da PSP, com quem serão mantidos os contactos adequados para que possa desenvolver de forma eficaz o seu trabalho na cidade de Lisboa”, estando o município disponível a colaborar no que for necessário.“A primeira mensagem é de apelo aos cidadãos, apelo a todos para que evitem as aglomerações, que evitem ajuntamentos, que evitem as situações de risco, para que no fundo possamos ajudar todos”, insistiu.Sobre o não licenciamento de arraiais e de eventos relativos às festas populares, o município vai exercer um dever especial de fiscalização.“Se houver eventos autorizados pela Direção-Geral da Saúde, no âmbito daquilo que são eventos que têm vindo a ser autorizados, e há vários que se organizam na cidade, eles poderão ocorrer. […] no formato dos arraiais licenciados pela Câmara de Lisboa ou pelas freguesias de Lisboa, isso não irá acontecer”, afirmou o autarca, sem dispor ainda de informação sobre as orientações que vão ser emitidas pelas autoridades de saúde.