Câmara de Lisboa aprova proposta para impedir despejos de pessoas acima dos 65 anos
14 de mai. de 2024, 17:36
— Lusa/AO Online
A
proposta, subscrita pelos três vereadores socialistas na Câmara de
Lisboa, foi aprovada com os votos favoráveis do PS, Bloco de Esquerda,
Cidadãos por Lisboa e Livre, a abstenção do Partido Comunista e o voto
contra da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança).A
proposta tem como objetivo principal que os arrendatários com mais de
65 anos fiquem mais protegidos de uma eventual situação de despejo,
prevendo que estes possam vir a usufruir de “apoio jurídico em matérias
relacionadas com a habitação”.A proposta
prevê, igualmente, que o município possa assumir, “ mediante análise
prévia dos serviços, a posição contratual do arrendatário e que a Câmara
realize uma consulta ao mercado, no âmbito do Programa Renda Segura,
para disponibilizar habitação para os maiores de 65 anos cujos
rendimentos se situem nos limites definidos para o Programa de Renda
Acessível”.“Nestes casos, o valor a cobrar pelo município no subarrendamento não poderá exceder uma taxa de esforço de 25%”, referem.Contactada
pela Lusa, a vereadora da Habitação, Filipa Roseta, teceu críticas a
esta proposta, considerando-a “injusta, ilegal e ineficaz”.“É
injusta porque não tem um limite de rendimento. O limite de rendimento é
muito alto. Pode ir até 50 mil euros por ano. É ilegal porque isto não é
possível na lei, que a Câmara se possa substituir ao inquilino sem aval
do senhorio. É ineficaz porque continuam com estas leis do arrendamento
coercivo. Querem minar a confiança no mercado de arrendamento”,
sublinhou.Em alternativa, a coligação
Novos Tempos apresentou uma proposta, que será apreciada na próxima
reunião de Câmara, e que visa aprovar o concurso extraordinário de renda
acessível destinado a idosos de baixos rendimentos.“Por
iniciativa do pelouro da Habitação foram aprovados em reunião de Câmara
dois concursos extraordinários dedicados especificamente a quem tem
rendimentos baixos, mobilizando no total 90 casas municipais para este
fim”, pode ler-se na proposta, a que a agência Lusa teve acesso.O
executivo da Câmara de Lisboa, composto por 17 membros, integra sete
eleitos da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) – os
únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta –,
três do PS, dois do PCP, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela
coligação PS/Livre), um do Livre e um do Bloco de Esquerda.