Câmara de Lisboa aprova apoio ao comércio afetado pela obra dos túneis de drenagem
30 de mar. de 2023, 11:14
— Lusa/AO Online
Em
reunião pública do executivo municipal, a maioria dos pontos da proposta
foi aprovada por unanimidade entre os 17 membros da câmara, com os
votos a favor da liderança PSD/CDS-PP, PS, PCP, BE, Livre e Cidadãos Por
Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre).Um
dos pontos da proposta é para “recomendar aos órgãos competentes das
freguesias de Lisboa que, no quadro da respetiva gestão orçamental,
deliberem isentar do pagamento das taxas de ocupação do espaço público e
publicidade”, na instalação de esplanadas e publicidade nelas afixada,
até ao levantamento dos estaleiros da obra do Plano Geral de Drenagem de
Lisboa (PGDL).Esse ponto foi aprovado com a abstenção do PS, que considerou que essa medida irá afetar as receitas das juntas de freguesia.Por
unanimidade, foi decidido submeter à Assembleia Municipal de Lisboa a
isenção extraordinária do pagamento das taxas de ocupação do espaço
público e publicidade, desde a data de início de implantação dos
estaleiros até ao levantamento dos mesmos, prevendo que, consoante a
localização, uns estabelecimentos de atividade económica beneficiem de
100% de isenção e outros de 50%.Outra das
medidas é a isenção extraordinária do pagamento de rendas ou
contraprestações referentes aos contratos celebrados com o município de
Lisboa para a exploração de quiosques, desde a data de início de
implantação dos estaleiros até ao levantamento dos mesmos, estando
previstas as duas percentagens de isenção, em que 100% aplica-se também
aos quiosques obrigados a encerrar por determinação da câmara municipal.Neste
âmbito, os concessionários beneficiários desta medida ficam obrigados a
aplicarem a correspondente isenção aos contratos de subconcessão.“Para
a construção dos túneis de drenagem do PGDL estão já em atividade sete
frentes de obra que se traduzem na implantação de sete estaleiros”, que
estão implantados nas entradas e saídas dos túneis, mas também em pontos
estratégicos essenciais para captação e desvio de caudais excessivos
das redes de saneamento de Lisboa, refere a proposta.Quatro
destes estaleiros estão instalados “em zonas críticas da cidade pela
sua densa e intensa atividade económica”, nomeadamente a Avenida da
Liberdade / Rua Alexandre Herculano (consignado em 01 de fevereiro de
2023, com duração prevista de um ano e seis meses); a Rua de Santa Marta
/ Rua Barata Salgueiro (consignado em 01 de fevereiro de 2023, com
duração prevista de um ano e seis meses); a Avenida Almirante Reis / Rua
Antero de Quental (consignado em 21 de novembro de 2022, com duração
prevista de dois anos e nove meses); e Santa Apolónia (consignado em 19
de outubro de 2022, com duração prevista de dois anos e seis meses).“A
câmara municipal assumiu como urgente tomar medidas que apoiem os
estabelecimentos de comércio e serviços mais afetados pela implementação
dos estaleiros, reconhecendo não só o impacto que estas obras, pela sua
dimensão e duração, possam ter, mas também o papel que desempenham na
economia local, na dinamização de bairro e na criação de emprego”, lê-se
na proposta, em que o município afirma que o impacto negativo na
atividade económica dos estabelecimentos e empresas localizados nas
zonas afetadas pela intervenção deve ser mitigado.Com
o período de execução 2016-2030 e um investimento total de cerca de 250
milhões de euros, o PGDL é “a obra invisível” que vai proteger a cidade
dos impactos das alterações climáticas, nomeadamente para evitar cheias
e inundações; permitir a reutilização de águas para alimentar e
reforçar a rede de rega de espaços verdes, a lavagem de ruas e as redes
de combate a incêndios; e diminuir a fatura da água potável.Considerada
a obra municipal de maior envergadura alguma vez levada a cabo pela
Câmara de Lisboa, o PGDL prevê a construção de dois grandes túneis de
drenagem para transvase de bacias, numa empreitada que custará “cerca de
133 milhões de euros” e que se prevê concluída no início de 2025.Um
dos túneis começa em Campolide (na Quinta José Pinto) e sai em Santa
Apolónia, com uma extensão de cerca de cinco quilómetros, e o outro será
construído a partir do Beato, na Avenida Infante D. Henrique (perto da
Rua do Açúcar), até Chelas (perto do Convento de Chelas), com uma
extensão de um quilómetro.