Câmara das Lajes das Flores reforça orçamento para 2019 em um milhão de euros
18 de dez. de 2018, 15:46
— Lusa/AO Online
Segundo
o presidente do município, Luís Maciel, o aumento do orçamento é
justificado pela aprovação de candidaturas a fundos comunitários, que
vão permitir avançar em 2019 com a construção de uma incubadora de
empresas, de um centro de acolhimento para pessoas carenciadas e de um
parque de lazer.“Só
devido a estes investimentos o orçamento para o ano que vem é superior
ao deste ano em cerca de um milhão de euros. Há um reforço no ano que
vem de cerca de 25% do valor global do orçamento”, adiantou o autarca,
em declarações à agência Lusa.Luís
Maciel apontou como prioridades da autarquia para 2019 a criação de
emprego e a fixação de pessoas no concelho, que é afetado pelo
“envelhecimento e pela diminuição de população”.“O
maior investimento que temos no plano para o ano que vem é a criação de
uma incubadora de empresas, que é na ordem dos 600 mil euros, para
criar condições para os jovens que queiram iniciar aqui a sua
atividade”, frisou.O
município vai implementar um programa de apoio ao empreendedorismo, em
que atribui “até 3.000 euros a fundo perdido a jovens que iniciem a sua
atividade e criem postos de trabalho”, e medidas de apoio ao setor
agrícola “para aumentar a rentabilidade”, como um programa de apoio à
construção de abrigos para animais e ao melhoramento de pastagens.A
câmara decidiu também “duplicar o incentivo à natalidade”, passando a
atribuir um apoio anual de 900 euros não apenas no primeiro ano da
criança, mas nos dois primeiros anos.Segundo
Luís Maciel, em 2019, o município das Lajes não vai aumentar taxas ou
impostos, mantendo o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) “na taxa
mínima”, com “redução para famílias com dependentes a cargo”, e a
devolução de 1% do Imposto sobre o Rendimento das pessoas Singulares
(IRS) aos munícipes.O
PSD – único partido da oposição na assembleia municipal – votou contra o
orçamento para 2019, depois de no ano passado ter votado a favor.“O
ano passado aprovámos o orçamento. Demos um voto de confiança ao
Partido Socialista. Aceitámos democraticamente o resultado das eleições.
A execução material do orçamento de 2018 é miserável”, salientou o
deputado municipal do PSD Bruno Belo.O
social-democrata disse que o orçamento para 2019 era um “documento de
farsa”, porque mantinha “quase tudo o que orçamento de 2018 tinha”.Segundo
Bruno Belo, além do atraso em obras como o canil municipal, previsto há
um ano e meio, a casa de acolhimento, programada desde 2017, ou a
incubadora de empresas, prometida há três anos, o executivo camarário
comprometeu-se com projetos sem ter capacidade para os executar. “A
reabilitação da Zona Balnear da Fajã Grande foi anunciada, com imagens
virtuais maravilhosas, e, quando questionado o senhor presidente da
câmara, ele diz-nos que é impossível fazer aquela reabilitação, porque
não era candidatável [a fundos comunitários]. As regras já eram
conhecidas quando foi assumido esse compromisso”, frisou, considerando
que a atitude revela “má fé ou alguma ignorância”. O
autarca socialista disse, no entanto, não compreender as críticas do
PSD, alegando que alguns investimentos “já estão a decorrer” e outros
estavam inscritos no orçamento de 2018, mas “ainda não estavam
aprovados”.