Câmara da Ribeira Grande quer explicações do Governo dos Açores sobre Caldeira Velha
15 de nov. de 2017, 09:13
— Lusa/AO Online
“Fomos apanhados
completamente de surpresa. Recebemos o ofício sem qualquer comunicação
prévia, nem fomos informados nos últimos tempos de que havia essa
possibilidade”, afirmou à agência Lusa Alexandre Gaudêncio, que vai
solicitar uma reunião à secretária regional da Energia, Ambiente e
Turismo, Marta Guerreiro, para esclarecer a situação.A
Caldeira Velha vai regressar à tutela do Governo Regional, de acordo
com uma carta enviada hoje ao presidente da câmara local, que denuncia o
protocolo para a conservação e manutenção do monumento natural,
celebrado a 19 de janeiro de 2012 entre o executivo açoriano e o
município da ilha de São Miguel.“Face
à degradação da qualidade da visitação, em virtude do aumento do número
de visitantes, sem que tenham sido estabelecidos condicionantes para a
presença em simultâneo no espaço, considera-se que importa tomar medidas
relativamente a intervenções estruturais e alterações no modelo de
gestão e visitação, bem como no controlo da qualidade dos recursos
naturais daquela área protegida”, justifica a Secretaria Regional numa
informação enviada à Lusa.Alexandre
Gaudêncio adiantou que o espaço “tem tido visitas periódicas da
entidade que faz o acompanhamento, o parque natural da ilha, e os
respetivos relatórios têm sido até elogiosos”, acrescentando que o
monumento natural recebeu, também, diversas distinções.Considerando
que a denúncia do protocolo “está dentro da legalidade”, o autarca
manifestou preocupação com o futuro dos 12 funcionários que estão com
recibo verde, mas reuniam as condições para integrar o quadro da
autarquia no âmbito do programa de regularização de precários.“É
fundamental que seja garantido o futuro dos 12 funcionários”, salientou
Alexandre Gaudêncio, referindo que a Caldeira Velha já teve este ano
160 mil visitantes, mais do que em 2016, sendo “o monumento natural mais
visitado da região”.Alexandre
Gaudêncio, social-democrata reeleito em outubro para um novo mandato,
insistiu que é “muito estranha” a decisão do executivo regional, do PS,
lamentando não ter havido uma comunicação anterior ao ofício “quando são
duas entidades de bem”.O
presidente da câmara esclareceu que em outubro foi detetada uma
bactéria na água da cascata, “mas sem perigo para a saúde pública, e o
espaço não fechou”, apontando as implicações no Orçamento municipal,
recentemente aprovado, onde na receita constam cerca de 300 mil euros.A
secretaria regional assumirá a gestão do monumento natural da Caldeira
Velha através do Parque Natural de São Miguel a partir do dia 19 de
janeiro de 2018.