Câmara da Praia da Vitória com orçamento de 18ME em 2019
27 de nov. de 2018, 15:18
— Lusa/AO Online
Segundo
o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Tibério Dinis, as
prioridades no próximo ano serão o investimento em solidariedade
social, a execução de fundos comunitários e a aquisição de terrenos para
a construção de um novo parque empresarial. “As
rubricas destinadas à ação social e à solidariedade social têm um
grande impacto na perspetiva de corresponder a três zonas de habitação
ilegal”, adiantou, referindo-se aos bairros de São Brás, das Pedreiras e
de Santa Rita.Só
a legalização do bairro de Santa Rita representa um investimento de 1,1
milhões de euros, em 2019, o que obrigou o município a duplicar o
montante do empréstimo de curto prazo de um para dois milhões de euros.“É um empréstimo que é parecido com uma conta caucionada, porque a 31 de dezembro tem de estar liquidado”, apontou ainda.Há
cerca de duas décadas que se arrastava um conflito entre proprietários
de terrenos e moradores de um bairro inicialmente construído em solos
arrendados para acolher militares norte-americanos, cujas casas foram
vendidas a civis portugueses.O
município da Praia da Vitória chegou a acordo com os proprietários dos
terrenos para adquiri-los por quatro milhões de euros, em quatro anos,
vendendo posteriormente os lotes às cerca de 100 famílias que lá
habitam. Em
2019, a autarquia conta com o “contributo” do Governo da República e do
Governo Regional dos Açores para liquidar a dívida, já que os terrenos
só deverão ser vendidos às famílias a partir do ano seguinte.“É
preciso primeiro a câmara municipal comprar, ter o terreno em seu nome e
depois é que pode fazer a operação do loteamento. É um processo
administrativo que vai demorar”, explicou o autarca.Em
2018, o orçamento do município foi de 15,4 milhões de euros, aumentando
no próximo ano para os 18 milhões, o que, segundo Tibério Dinis, é
justificado pela legalização do Bairro de Santa Rita e por uma maior
execução de fundos comunitários.Ainda
este ano, deverá arrancar uma obra de remodelação da rede de
abastecimento de água, orçada em 2,4 milhões de euros, que vai
proporcionar melhorias no serviço prestado “a cerca de 20% da
população”, encerrar um furo obsoleto e substituir a atual rede militar
na Serra de Santa Rita.Está
também previsto para 2019 o prolongamento da marginal da Praia da
Vitória, com passeio pedonal e ciclovia, orçado em cerca de 600 mil
euros, bem como a requalificação do edifício dos Paços do Concelho e da
muralha da cidade, que se encontra “em risco de ruir”, e a ampliação da
marina.O
município deverá recorrer igualmente a fundos comunitários para adquirir
terrenos para a construção do Parque Empresarial da Vila das Lajes, que
pretende atrair empresas para o concelho.Apesar
de ter votado a favor da solução encontrada para a legalização do
Bairro de Santa Rita, o PSD votou contra o orçamento, em assembleia
municipal, alegando que Tibério Dinis se recusou a explicar como vai
financiar o passivo financeiro de 16,2 milhões de euros das empresas
Praia em Movimento e Sociedade de Desenvolvimento do Concelho da Praia
da Vitória. "A
câmara vai deixar de financiar a Associação Salão Teatro Praiense
(ASTP), passando os seus funcionários - cerca de 50 pessoas - para a
Cooperativa Praia Cultural -, financiando diretamente a cooperativa, mas
sem esclarecer como vai continuar a financiar as empresas que eram
municipais e passaram para a ASTP. Foi mais uma das perguntas sem
resposta", apontaram os deputados municipais do PSD, em comunicado de
imprensa.Os
sociais-democratas acusam o executivo camarário de não cumprir as
recomendações do Tribunal de Contas, que em maio defendeu que o
município deveria deixar de controlar as empresas em que detinha
anteriormente participação. Já
o CDS-PP decidiu abster-se, porque, apesar das diferenças ideológicas, o
orçamento prevê uma solução para a situação do Bairro de Santa Rita
“que satisfaz todas as partes”.“Estão
a viver-se momentos diferentes e especiais no município que convocam os
partidos a terem uma atuação diferente e adequada”, explicou o deputado
municipal centrista Pedro Pinto, considerando que não seria coerente o
partido defender na Assembleia Legislativa dos Açores a resolução do
problema de Santa Rita e votar contra um orçamento que a contempla.