Câmara da Povoação nega sobreavaliação da receita apontada pelo TdC
25 de out. de 2018, 16:36
— Lusa/AO Online
O
autarca socialista Pedro Melo, em nota enviada aos órgãos de
comunicação social, refere que, além de não ter adotado esta prática
durante a sua gestão, “muito menos” a utilizou para fazer despesa
adicional.Pedro
Melo adianta que “em todos os anos" da sua gestão foi arrecadada "mais
receita do que a despesa efetuada, sendo que “a sobrevalorização de
receita, a que se refere o relatório, visando a realização de despesa,
só aconteceu em exercícios anteriores” ao seu exercício.Segundo
um relatório do TdC divulgado na quarta-feira, a Câmara da Povoação
procedeu a uma “sistemática sobreavaliação" da previsão de receita nos
seus orçamentos de 2014 a 2017, desrespeitando também a regra
previsional relativa a impostos, taxas e tarifas.A
entidade fiscalizadora das contas públicas concluiu que houve uma
“sistemática sobreavaliação da previsão de receita” relativa à alienação
de imóveis, sendo de destacar o caso do edifício “Mirage”, cuja
expectativa de venda “perdura há mais de uma década”.O
autarca refere que em, 2014, a receita arrecadada foi de 6,7 milhões de
euros e a despesa realizada 6,2 milhões, o que traduz um valor positivo
de 525 mil euros.Em 2015, a receita atingiu os 6 milhões de euros e a despesa efetuada 5,9 milhões, um saldo de 29,5 mil euros.Pedro
Melo adianta que, em 2016, a receita foi de seis milhões euros e a
despesa 5,6 milhões euros, o que revela um saldo de 407 mil euros.Em
2017, a receita arrecadada, ainda de acordo com o autarca, foi de
6.455.777,00 euros e a despesa 6.422.236,00 euros, verificando-se um
balanço positivo de 33.541,00 euros.“De
referir que do balanço do ano de 2009, constavam empréstimos bancários
no valor de 8,8 milhões de euros, existindo dívida direta da autarquia a
terceiros no valor de 8,3 milhões. Ora, se analisarmos o balanço
referente ao ano económico de 2016, a situação é bem diferente com
empréstimos a médio e longo prazo de 2,3 milhões de euros e as dívidas a
terceiros 1,9 milhões", disse.O
presidente do município considera que “com a política adotada pela
maioria no executivo, eleita em outubro de 2009, poderá dizer-se que, a
esta data, 10 anos antes do prazo de saneamento das finanças municipais
previsto pelo dito plano de reequilíbrio financeiro, as finanças
municipais encontram-se numa situação que se poderá afirmar de absoluta
normalidade, comprovando-se a seriedade da gestão dos dinheiros públicos
autárquicos na Povoação”.O
responsável afirma que o plano de reequilíbrio “obrigava o município a
aplicar as taxas máximas legalmente previstas, designadamente sobre o
Imposto Municipal sobre Imóveis, Derrama e todas as demais tarifas
legais, o que, evitamos, em cumprimento do escrupuloso da promessa
eleitoral que fizemos aos povoacenses”.O
autarca conclui que é “mesmo falso” que a situação financeira do
município “poderá ser considerada como estando agravada ou
desequilibrada”.