Camada de ozono recomposta nos pólos mas com quebras inesperadas
6 de fev. de 2018, 15:44
— Lusa/AO online
Num
novo estudo publicado hoje no boletim da União de Geociências Europeia,
indica-se que o ozono nos níveis mais baixos da estratosfera não está a
recuperar como nas latitudes inferiores, o que poderá ser ainda pior
que o "buraco" detetado na Antártida que levou ao fim do uso de CFC,
químicos usados principalmente na refrigeração e nos aerossóis."As
quebras no nível de ozono são inferiores ao que já vimos nos polos
antes da aplicação do Protocolo de Montreal mas a radiação ultravioleta é
mais intensa nestas regiões e vivem lá mais pessoas", afirmou a
coautora do estudo Joanna Haigh, do Instituto Grantham para as
Alterações Climáticas e de Ambiente do Imperial College, de Londres.As
causas para esta situação ainda não são conhecidas, mas os autores
sugerem que uma possibilidade é as alterações climáticas estarem a mudar
os padrões da circulação atmosférica, levando a que mais ozono seja
levado dos trópicos, onde é gerado na estratosfera, entre 10 e 50
quilómetros de altitude.A
outra possibilidade é que substâncias como o cloro, presentes em
químicos usados em solventes, decapantes, desengordurantes e até em
substitutos de CFC estejam a destruir o ozono na estratosfera inferior.A
camada do ozono absorve muita da radiação ultravioleta emanada pelo
Sol, que de outra maneira poderia danificar o ADN de plantas, seres
humanos e outros animais.Os
investigadores apontam agora para dados mais precisos sobre o declínio
na camada de ozono para perceber porque está a acontecer.