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Cálice litúrgico do século XVI desapareceu de paróquia da ilha de Santa Maria

Um cálice litúrgico do século XVI, de “grande valor espiritual e histórico” para a paróquia da Matriz de Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, desapareceu da sacristia e o caso foi participado às autoridades policiais


Autor: Lusa/AO Online

O padre da paróquia da Matriz de Vila do Porto, Carlos Espírito Santo, disse à agência Lusa que o cálice de prata em banho de ouro deve “valer à volta de cinco/seis mil euros” e foi dado como desaparecido na semana passada, por ocasião dos preparativos para a festa anual de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da vila, que é festejada a 15 de agosto.

“Este cálice é utilizado em cerimónias especiais. A última vez que foi utilizado foi no [dia do] Corpo de Deus. Estava na sacristia, no lugar onde era guardado. Fomos buscá-lo para limpar, para a festa de 15 de agosto, e demos por falta dele”, relatou.

Segundo o sacerdote, de imediato a paróquia participou o desaparecimento da peça à Polícia de Segurança Pública (PSP) e, até ao momento, “ainda não há nenhum sinal de ter aparecido”.

Carlos Espírito Santo não tem explicações para a falta do cálice, referindo que “algumas pessoas têm acesso” à sacristia, mas “não há sinal de arrombamento” de portas.

A paróquia, que está a “pesquisar e a averiguar” a situação, já tomou medidas preventivas para evitar que aconteçam outras situações.

“Já mudamos as fechaduras [das portas], já estamos a tentar arranjar outros métodos para que isso não aconteça no futuro”, adiantou, admitindo que se trata de um episódio desagradável.

Ainda de acordo com o pároco, o desaparecimento do cálice foi recebido pelos habitantes da ilha de Santa Maria com “muito espanto” e com tristeza, por se tratar de uma peça religiosa “bastante significativa para a comunidade”.

Não será a peça mais valiosa da paróquia, mas é de “grande valor”.

“Ele [o cálice] é de prata, dourado, tem quatro pêndulos à volta e também tem umas pedras no pé”, descreveu.

Carlos Espírito Santo ainda tem esperança de que o cálice seja encontrado: “Esperemos que sim, mas, às vezes […] é difícil. Esperemos que ainda não tenha saído da ilha. Estamos na expectativa”.

As Paróquias da Ilha de Santa Maria divulgaram uma nota nas redes sociais sobre o caso.

Na publicação informam sobre o desaparecimento do cálice litúrgico, de “grande valor espiritual e histórico” para a paróquia da Matriz de Vila do Porto e apelam a quem souber de alguma informação sobre o seu paradeiro que “contacte o pároco ou alguém do conselho de assuntos económicos”.

“Ajudemos a trazer de volta esta peça sagrada ao serviço da nossa fé”, é o apelo lançado.