Cada vez mais famílias pedem ajuda a instituições nos Açores
18 de dez. de 2023, 12:17
— Lusa/AO Online
“Mesmo
para quem duvida das estatísticas, a realidade é indesmentível, são
cada vez mais os açorianos a recorrer ao Banco Alimentar, à Cáritas e a
outras instituições, a solicitar ajuda a familiares e amigos, a pedir
esmola ou em situação de sem-abrigo”, afirma o Sindicato dos
Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e
Similares, Comércio, Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo,
Transportes e Outros Serviços dos Açores (SITACEHTT/Açores).Em
comunicado de imprensa, o sindicato manifesta estar "cada vez mais
preocupado com a situação social e económica nos Açores", nomeadamente
com a situação das famílias, especialmente as mais desfavorecidas, com
"graves situações de pobreza e de exclusão social". "A pobreza é evidente e a primeira forma de a combater passa por ter a humildade de a reconhecer", defende o SITACEHTT.Citando
os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE),
apresentados no Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos, o
sindicato lembra que a taxa de risco de pobreza nos Açores "aumentou
para 26,1%", o que coloca o arquipélago como a região do país com "os
valores mais elevados de pobreza"."As
famílias açorianas continuam a ser empurradas para situações de pobreza
real, porque os rendimentos do trabalho dos membros do agregado familiar
não são suficientes para garantir a sua subsistência", aponta o
sindicato, alertando que os trabalhadores dos Açores têm "um custo de
vida agravado pela insularidade" e um mercado de trabalho regional que
assenta "essencialmente em trabalho precário e num modelo de baixos
salários". "Ter um emprego deixou de ser suficiente para afastar a pobreza", lê-se no comunicado.
Segundo o SITACEHTT/Açores, "os baixos salários contrastam com os
níveis de acumulação e centralização das grandes empresas", assinalando,
em concreto, a situação nos setores da hotelaria e do comércio.O
sindicato defende como um das reivindicações dos trabalhadores, junto
do próximo Governo Regional, que sair das regionais antecipadas de 04 de
fevereiro, o aumento do valor do acréscimo regional ao salário mínimo
nacional de 5%, para 10%, medidas a curto, médio e longo prazo que
permitam "a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar" dos
trabalhadores açorianos."A melhoria dos
rendimentos dos trabalhadores e das famílias açorianas estimula o
consumo, o que contribui para o aumento da produção e das vendas das
empresas, a criação de mais emprego e o crescimento da economia. Ao
mesmo tempo, este aumento tem também efeitos positivos no crescimento
das contribuições para a segurança social, ajudando a melhorar a
sustentabilidade financeira do sistema", sustenta o sindicato.O
SITACEHTT compromete-se a lutar pela redução do período normal de
trabalho máximo para as 35 horas semanais, para "todos os trabalhadores
nos Açores, sem aumento da jornada diária e sem redução de retribuição".