Cabo-verdiano agredido junto a discoteca no Faial acabou por morrer
19 de mar. de 2024, 13:00
— Lusa/AO Online
O homem, de
49 anos e natural da Praia, trabalhava no ramo da construção civil e foi
vítima de uma agressão que o fez cair inanimado na via pública, com um
hematoma craniano.O caso está a ser
investigado pela Polícia Judiciária, que tem estado desde segunda-feira a
ouvir testemunhas, na cidade da Horta, mas, conforme disse à Lusa fonte
ligada ao processo, ainda não deteve nenhum suspeito.Depois
de a vítima ter sido transportada pelos Bombeiros Voluntários do Faial
para o hospital, ponderou-se a sua transferência para outra unidade,
atendendo à gravidade do seu estado de saúde, mas a mudança não chegou a
ocorrer devido ao “quadro clínico reservado”.Entretanto,
está marcada para as 18h00 uma vigília e
manifestação antirracismo em frente ao edifício da Câmara Municipal da
Horta, organizada por um grupo de cidadãos que afirma que a morte de
Ademir Araújo Moreno resultou de “puro ódio racial”.O
presidente do município, Carlos Ferreira, apelou à calma, sublinhando
que a ilha do Faial (cujo único município é o da Horta) é conhecida por
“bem receber” e que os cidadãos estrangeiros que optam por ir para os
Açores trabalhar ou residir são bem acolhidos e integrados na sociedade
local.“As autoridades judiciárias e os
órgãos de polícia criminal farão, naturalmente, o seu trabalho e vão
averiguar, certamente, as circunstâncias deste incidente, que é de
lamentar”, ressalvou o autarca faialense em declarações à Lusa,
destacando que, agora, o que é necessário é “apurar responsabilidades e
transmitir uma palavra de conforto e de calma” às famílias envolvidas.