Cabo Verde recebe 1,4 milhões de máscaras compradas à China e espera nova carga
9 de mai. de 2020, 18:06
— Lusa/AO online
“É um stock que vai garantir que o mês de maio
decorra sem problemas e depois estamos a pensar que no mês de junho
faremos novas aquisições, mas já levando em conta que teremos
informações de como é que o mercado vai reagir com a entrada das
máscaras comunitárias [de produção local]”, afirmou aos jornalistas o
presidente da Emprofac, Fernando Gil Évora, à chegada desta encomenda ao
aeroporto da Praia.Este primeiro voo
sanitário organizado pela Empresa Nacional de Produtos Farmacêuticos
(Emprofac) visa reforçar o stock do país, face à obrigatoriedade do uso
de máscara em Cabo Verde e tendo em conta que a partir de 25 de maio
nenhum cliente ou utente pode ser atendido em serviços públicos ou
privados sem esse tipo de proteção, medida governamental que visa travar
a transmissão da covid-19.Entre a carga
da aeronave da Azores Airlines - subsidiária do grupo SATA para os voos
no exterior dos Açores -, que partiu de Lisboa durante a manhã
contavam-se 1.410.000 máscaras cirúrgicas, 16.000 testes à covid-19,
2.500 viseiras, batas, sapatos e medicamentos de frio, encomenda que
custou à Emprofac 1,2 milhões de euros e que se destina, até 80%, para
comercialização pelo setor privado, e o restante para os hospitais
públicos do arquipélago.“É nosso
entendimento que as máscaras comunitárias é que vão ser o futuro. A
nossa importação de máscaras cirúrgicas vai diminuir, mas vai diminuir
no mesmo sentido que vai aumentar o consumo de máscaras comunitárias”,
disse Fernando Gil Évora.Acrescentou que
um segundo voo sanitário organizado pela Emprofac, proveniente
diretamente da China, chega em 18 de maio ao Aeroporto Internacional
Amílcar Cabral, na ilha do Sal – e não à Praia, devido às dimensões da
aeronave -, com EPI e outro material médico, numa carga de cerca de 40
toneladas.“São a 100% para o setor
público: Ministério da Saúde e Ministério da Administração Interna, em
particular a polícia e a proteção civil (…) Haverá um terceiro voo
sanitário em junho, caso as ligações aéreas internacionais não sejam,
entretanto, retomadas”, afirmou o presidente do conselho de
administração da Emprofac.O ministério da
Saúde de Cabo Verde anunciou hoje mais seis pessoas infetadas com
covid-19, todas na ilha de Santiago, elevando para 236 o total acumulado
de casos da doença no país desde 19 de março.“Até
ao momento todos os casos ativos estão em isolamento institucional.
Todos estão a recuperar bem, exceto um doente com comorbilidade que
requer um seguimento mais apertado”, lê-se no comunicado, assinado pelo
ministro da Saúde, Arlindo do Rosário. O
número de doentes recuperados mantém-se em 56, enquanto duas pessoas
acabaram por morrer. Outros dois turistas estrangeiros também infetados
acabaram por regressar aos países de origem, pelo que permanecem ativos
em Cabo Verde 176 casos de covid-19, todos internados e em isolamento.No
total, Cabo Verde já registou 236 casos de covid-19, distribuídos pelas
ilhas de Santiago (177), Boa Vista (56) e São Vicente (03, todos
recuperados).A Praia, com casos diários da
doença, que totalizam já 173 diagnosticados desde março em 25 bairros
da cidade, é o principal foco de preocupação das autoridades, por estar
em situação de transmissão comunitária da covid-19. As
ilhas de Santiago e da Boa Vista, por concentrarem os casos de covid-19
em Cabo Verde, são as únicas que permanecem em estado de emergência,
até às 24:00 de 14 de maio.A nível global,
segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19
já provocou cerca de 271 mil mortos e infetou quase 3,8 milhões de
pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.