Buscas na Secretaria-Geral do Ministério da Justiça não fizeram arguidos
4 de abr. de 2025, 16:24
— Lusa/AO Online
“A
SGMJ informa que o alvo das buscas realizadas ontem [quinta-feira],
pela Polícia Judiciária (PJ), foram elementos documentais relativos a
quatro processos de contratação pública. Desta diligência não decorreu a
constituição de arguidos. A SGMJ garantiu total colaboração com o
trabalho desenvolvido pela PJ”, adiantou o Ministério da Justiça (MJ)
numa nota enviada à Lusa.A Lusa questionou
o MJ sobre o balanço da operação relativamente às buscas no Instituto
de Registos e Notariado (IRN) e no BUPi - Balcão Único do Prédio, e
aguarda resposta.A operação de
quinta-feira, que visou vários organismos públicos e empresas por
suspeitas relacionadas com a aquisição de serviços informáticos entre
2017 e 2025 culminou na constituição de 43 arguidos, revelou fonte
da PJ.Dos 43 arguidos, 31 são pessoas e 12
são entidades coletivas, precisou à Lusa a mesma fonte, sem especificar
se se trata de funcionários e empresas do setor público ou privado.A
PJ e a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciaram na quinta-feira
a realização de buscas em vários organismos públicos em Lisboa, Porto e
Braga, direcionadas a funcionários e não a "decisores políticos", por
suspeita de terem viciado "dezenas de procedimentos de contratação
pública e privada" na área das tecnologias da informação, num valor
global de pelo menos 17 milhões de euros.O
Banco de Portugal, a Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, o
Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) e o BUPi - Balcão Único do
Prédio foram alguns dos organismos visados, confirmaram o supervisor
bancário e fonte do Ministério da Justiça.A
ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, mostrou-se surpreendida com a
operação, tendo determinado às entidades visadas que fosse prestado
todo o apoio necessário aos inspetores, enquanto o Banco de Portugal e o
IRN garantiram ter prestado toda a colaboração às autoridades. Segundo
a PJ e a PGR, em causa na operação Pactum estão, "em abstrato",
suspeitas de participação económica em negócio, abuso de poder,
corrupção ativa e passiva, fraude na obtenção de subsídio e
branqueamento, entre outros crimes.