Após
20 anos a representar a 'squadra azzurra', pela qual fez 175 jogos, o
guardião da Juventus anunciou a sua despedida em lágrimas, depois do
empate 0-0 com a Suécia, em jogo da segunda mão do 'play-off' europeu,
disputado em Milão. Os suecos venceram o primeiro jogo, por 1-0, e
qualificaram-se."Tenho
muita pena, não por mim, mas por todo o futebol, porque nós falhámos e,
mesmo de um ponto de vista social, pode ser muito importante. É o que
eu lamento, não parar [de jogar], porque o tempo passa e é normal que
isso aconteça. Só lamento que o meu último jogo na seleção coincida com
esta eliminação", afirmou Gigi Buffon, de 39 anos.O
guarda-redes da Juventus vai continuar a partilhar com o alemão Lothar
Matthäus o recorde de presenças em fases finais do Mundial - cinco.
Buffon, que não falhava um campeonato do mundo desde 1998, disputou 14
jogos em fases finais e festejou o quarto título da Itália, em 2006."Ficam
uns miúdos que vão dar o que falar, como o [Mattia] Perin ou o
[Gianluigi] Donnaruma. Um abraço a todos aqueles que me apoiaram",
acrescentou Buffon.Além
do guarda-redes, também o defesa Andrea Barzagli e o médio Daniele De
Rossi confirmaram o adeus à seleção transalpina de forma emocionada."Falamos
do meu último jogo [na seleção] e terminar assim é um golpe muito duro
para a minha carreira", afirmou Barzagli. "Com Gigi [Buffon] e Daniele
[De Rossi] ganhámos o Mundial de 2006 e também com Giorgio [Chiellini]
vivemos muitos momentos juntos. É uma deceção enorme. Agora, há que dar
lugar aos jovens", acrescentou.De
Rossi também não escondeu o desgosto dela despedida amarga: "Foi um
momento quase absurdo, havia um ambiente fúnebre e não morreu ninguém.
Há caminhos que marcam as nossas vidas e eu levei 16 ou 17 anos em
Coverciano [centro de estágio da seleção de Itália]. Pensar que esta é a
última vez que visto a camisola é doloroso. É um ciclo que se fecha".O médio salientou ainda que a eliminação de Itália "é um momento negro" do qual a federação italiana tem de sair.Com
o empate de segunda-feira e a derrota na Suécia, a 'Nazionale' ficou
fora do Mundial pela terceira vez, depois de 1930 e 1958. Quatro vezes
campeã do mundo (1934, 1938, 1982 e 2006), a Itália quebra um ciclo de
14 presenças consecutivas, num total de 18.