Bruxelas questiona dona do Facebook por descontinuação de ferramenta contra desinformação
16 de ago. de 2024, 12:02
— Lusa/AO Online
Em comunicado, o executivo
comunitário dá conta de que “enviou hoje à Meta um pedido de
informações, ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais”, pedindo que, na
sequência da descontinuação do CrowdTangle na passada quarta-feira,
“forneça mais informações sobre as medidas que tomou para cumprir as
suas obrigações de dar aos investigadores acesso a dados publicamente
acessíveis na interface em linha do Facebook e do Instagram”, como
exigido pela nova legislação europeia.Bruxelas
questionou também a tecnológica norte-americana sobre “os seus planos
para atualizar as suas funcionalidades de monitorização de eleições e
discursos cívicos”.“Especificamente, a
Comissão solicita informações sobre a biblioteca de conteúdos e a
interface de programação de aplicações da Meta, incluindo os seus
critérios de elegibilidade, o processo de candidatura, os dados a que se
pode aceder e as funcionalidades”, adianta a Comissão Europeia.Este
pedido de informações surge depois de, a 30 de abril de 2024, a
instituição ter dado início a um processo formal contra a Meta ao abrigo
da nova Lei dos Serviços Digitais, precisamente devido à
indisponibilidade de um instrumento eficaz de monitorização do discurso
cívico e das eleições, em tempo real, por parte de terceiros, antes das
eleições para o Parlamento Europeu e das eleições nacionais, bem como em
deficiências no acesso dos investigadores aos dados publicamente
disponíveis por parte da Meta.Foi aliás
para responder às preocupações da Comissão Europeia sobre as eleições
para o Parlamento Europeu, realizadas em junho passado, que umas semanas
antes a Meta implementou novas funcionalidades no CrowdTangle,
nomeadamente 27 novos painéis visuais públicos em tempo real, um para
cada Estado-membro, a fim de permitir o discurso cívico e o
acompanhamento das eleições por terceiros em tempo real. Estas
funcionalidades foram agora descontinuadas.Cabe
agora à Meta fornecer as informações solicitadas até 06 de setembro de
2024 e, com base na avaliação das respostas, a Comissão Europeia
determinará as próximas etapas, que poderão incluir medidas provisórias e
decisões de incumprimento.Em caso de
ausência de resposta, a instituição pode emitir um pedido formal através
de uma decisão e, dessa forma, aplicar sanções pecuniárias
compulsórias, como multas.