Bruxelas quer mais reciclagem na Europa
A Comissão Europeia adotou propostas com vista a aumentar a reciclagem na Europa, estimando que, além dos benefícios ambientais, uma maior ambição no tratamento de resíduos permitiria também criar mais de meio milhão de postos de trabalho.

Autor: Lusa/AO online

 

As propostas hoje adotadas pela Comissão, que incluem ainda um "plano de ação verde para as PME" (Pequenas e Médias Empresas), uma iniciativa "Emprego Verde" e uma comunicação sobre "oportunidades para ganhos de eficiência na utilização dos recursos no setor da construção", visam, de acordo com o executivo comunitário, "impulsionar a transição para uma economia circular com novos postos de trabalho e um crescimento sustentável".

Segundo Bruxelas, "a consecução dos novos objetivos em matéria de resíduos permitiria criar 580 000 novos postos de trabalho, em comparação com os atuais resultados, tornando simultaneamente a Europa mais competitiva e reduzindo a procura de recursos escassos e onerosos".

As propostas pressupõem igualmente a redução dos impactos ambientais e a diminuição das emissões de gases com efeito de estufa, com Bruxelas a apelar para uma reciclagem de 70% dos resíduos municipais e de 80% dos resíduos de embalagens até 2030, e contemplam a proibição de colocar de resíduos recicláveis em aterros a partir de 2025.

Os planos de Bruxelas, que irão de seguida ser apreciados pelo Conselho (Estados-membros) e pelo Parlamento Europeu, contemplam também um objetivo de redução do lixo marinho, juntamente com objetivos de redução dos resíduos alimentares.

A Comissão explica que a revisão das leis comunitárias se enquadra no contexto de um ambicioso plano para a transição fundamental de uma economia linear para uma economia mais circular: em vez da extração de matérias-primas, que se utilizam uma única vez e que se deitam fora de seguida, a nova visão prevê um modelo económico diferente.

"Numa economia circular, a reutilização, a reparação e a reciclagem tornam-se norma, e os resíduos fazem parte do passado. Ao utilizar mais eficazmente e durante mais tempo os recursos para fins produtivos, a UE melhoraria também a sua competitividade na cena mundial", sustenta a Comissão Europeia.