Bruxelas pronta a avançar para assinatura de um acordo UE/Sérvia

6 de nov. de 2007, 14:05 — Lusa / AO online

A decisão mostra uma evolução em relação à última declaração da procuradora do Tribunal Penal Internacional Carla del Ponte, no conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, em 15 de Outubro, no qual afirmou que a Sérvia continuava a não mostrar vontade de perseguir e entregar quatro suspeitos de crimes de guerra. A cooperação plena da Sérvia com o tribunal era um quesito fundamental para que a União Europeia assinasse um pacto de auxílio e comércio com esta nação dos Balcãs. "A cooperação é ainda demasiado lenta e não é suficiente", afirmou Del Ponte aos chefes da diplomacia da UE. "O facto de Ratko Mladic estar ainda em fuga após todas as promessas e declarações que foram feitas ao longo dos anos demonstra claramente isso mesmo", afirmou a procuradora. Acrescentou que estava "absolutamente convencida de que o governo da Sérvia possui os recursos e os meios para localizar e prender os fugitivos". Adiantou que não poderá realizar uma avaliação positiva de cooperação plena enquanto Mladic não for entregue ao tribunal de Haia. A UE adiou a assinatura do novo acordo de associação, pré-adesão, com Belgrado até receber uma apreciação de Carla del Ponte. O comissário para o Alargamento da UE, Olli Rehn, e os ministros dos Negócios Estrangeiros tinham pedido à procuradora que os informasse sobre os progressos que estavam a ser feitos pelo governo sérvio para satisfazer as exigências internacionais. Del Ponte disse aos ministros que tencionava regressar a Belgrado a 25 de Outubro para avaliar novamente o nível de cooperação. Mladic e Karadzic são acusados de terem orquestrado o massacre, em 1995, de 8.000 muçulmanos de Srebrenica - a pior atrocidade na Europa desde a II Guerra Mundial - e sitiado a capital bósnia, Sarajevo, durante três anos. Os dois outros fugitivos que se pensa estarem escondidos na Sérvia são Goran Hadzic, um antigo líder dos rebeldes croatas sérvios, e Stojan Zupljanin, um comandante da polícia sérvia da Bósnia no tempo da guerra.