Bruxelas insta Portugal a cumprir lei da UE nos contratos públicos na área da Defesa
25 de jan. de 2018, 11:54
— Lusa/AO online
No
caso de Portugal – assim como de Itália e Polónia -, Bruxelas refere que
está em causa a adjudicação direta “de um certo número de contratos no
setor da defesa a fornecedores nacionais, em violação da diretiva sobre
contratos públicos no setor da defesa”. “Esta
diretiva obriga as autoridades adjudicantes - salvo exceções
rigorosamente definidas – a adjudicar os contratos seguindo um dos
procedimentos previstos” na legislação comunitária (diretiva de 2009) “e
a dar a conhecer as suas intenções através da publicação de um anúncio
de concurso na base de dados TED («Taxes in Europe» Database), recorda
Bruxelas.Já no
caso dos dois outros Estados-membros visados, Dinamarca e Holanda, a
Comissão “vê com preocupação o facto de os dois países terem imposto
requisitos de compensação injustificados à aquisição de equipamentos de
defesa junto de fornecedores estrangeiros”. “A
aplicação de requisitos de compensação constitui uma medida restritiva
que entrava a livre circulação de mercadorias e serviços, sendo
incompatível com o Tratado da UE e com a correta transposição e
aplicação da diretiva”, sublinha o executivo comunitário.Os
cinco Estados-membros têm agora dois meses para responder aos
argumentos apresentados pela Comissão, que se não ficar satisfeita com
as respostas avançará para a etapa seguinte do processo de infração, que
pode culminar numa queixa perante o Tribunal de Justiça da União
Europeia.“Desde
o início do seu mandato, a Comissão Juncker apostou na construção de
uma Europa forte, capaz de defender e proteger os seus cidadãos dentro e
fora do seu território — uma ambição que implica que sejam partilhadas
as despesas com a defesa e reforçadas as condições para um mercado da
defesa aberto e competitivo na Europa. Neste contexto (…), a Comissão
vela pela efetiva aplicação das normas que regem os contratos públicos
no domínio da defesa, a fim de ajudar as empresas a operar além
fronteiras e os Estados-membros a otimizar a relação qualidade/preço”,
sustenta Bruxelas.