Bruxelas insta Estados-membros a serem “rápidos” a aplicar novas regras de pagamentos
13 de set. de 2019, 16:00
— Lusa/AO Online
“A partir de amanhã [sábado], serão aplicadas
novas regras da UE que tornarão mais fácil e seguro para os consumidores
pagar bens e serviços ‘online’ e gerir as suas finanças pessoais”,
informa o executivo comunitário em comunicado.Os
serviços de pagamentos eletrónicos têm novas regras a partir de sábado
em toda a UE, com medidas de autenticação reforçadas e destinadas a
aumentar a segurança nos pagamentos eletrónicos em toda a região.Segundo
Bruxelas, a nova diretiva também permitirá, assim, “maior proteção
contra fraudes e maior acesso a formas mais inovadoras de pagamentos
‘online’ e móveis”, possibilitando ainda a entrada de “novos e
inovadores” operadores no mercado dos pagamentos.Por
isso, a Comissão Europeia “insta todos os Estados-membros da UE a
garantirem rapidez e plenitude implementação de todas as regras”, vinca a
instituição na nota.Em Portugal, a
transposição da diretiva comunitária (DSP2) terá como efeito imediato
que as cadernetas de banda magnética, até agora bastante utilizadas pela
Caixa Geral de Depósitos, Montepio e Crédito Agrícola, sobretudo entre a
população mais idosa, deixem de poder ser utilizadas para levantar
dinheiro e fazer transferências a partir de sábado. A
diretiva considera que as cadernetas como meio de pagamento não cumprem
regras de autenticação forte, pelo que deixam de poder ser usadas para
pagamentos, levantamento de numerário e transferências a partir de
sábado, por se considerar que a banda magnética não é suficientemente
segura (podem continuar a ser usadas apenas para consulta do saldo e dos
movimentos da conta bancária).De acordo
com o Banco de Portugal, a partir de sábado, os prestadores de serviços
de pagamento (incluindo bancos) devem, assim, efetuar a chamada
“autenticação forte” dos seus clientes sempre que estes acedam 'online' à
sua conta de pagamento, iniciem uma operação de pagamento eletrónico ou
realizem uma ação, através de um canal remoto, que possa envolver risco
de fraude no pagamento ou outros abusos.A “autenticação forte” é o procedimento adotado para verificar a identidade do utilizador e a legitimidade das operações.Os
elementos utilizados na autenticação forte são escolhidos por cada
prestador de serviços de pagamento/banco, desde que estejam em
cumprimento das novas regras aplicáveis, podendo traduzir-se em senhas,
códigos PIN, impressões digitais, etc.Os
bancos que não cumprirem as novas regras poderão ser responsabilizados
por eventuais perdas financeiras decorrentes da operação, desde que esta
não tenha sido realizada de forma fraudulenta pelo cliente.As
novas regras implicarão ainda o desaparecimento gradual dos cartões
matriz utilizados por algumas instituições como forma de autenticação
dos seus clientes e também da leitura magnética em cartões de ‘chip’. A
Autoridade Bancária Europeia deverá definir nas próximas semanas o
prazo de transição que dará para os comerciantes se adaptem às novas
regras e deixem de utilizar os detalhes impressos no cartão para
pagamentos, aplicando a autenticação forte nas compras ‘online’ com
cartão.Ao mesmo tempo, as novas regras
possibilitam a criação de novos serviços de pagamento, regulando a
entrada no setor bancário de entidades como as ‘fintech’ (tecnológicas
financeiras).