Bruxelas confirma que Governo não invocou interesse nacional para ajudar estaleiros de Viana
A Comissão Europeia confirmou que Portugal nunca invocou a proteção de interesses nacionais de segurança para justificar ajudas de Estado aos estaleiros de Viana do Castelo, adiantando que esta exceção só pode ser usada em casos muito específicos.

Autor: Lusa/AO Online

 

"No decurso do procedimento formal de investigação, as autoridades portuguesas não invocaram o artigo 346.º, n.º 1, alínea b), do TFUE [Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia], nos termos do qual qualquer Estado-membro pode tomar as medidas que considere necessárias à proteção dos interesses essenciais da sua segurança e que estejam relacionadas com a produção ou o comércio de armas, munições e material de guerra”, esclareceu a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, numa resposta aos eurodeputados João Ferreira e Inês Zuber (PCP) e a que a Lusa teve acesso.

“Tais medidas não devem alterar as condições de concorrência no mercado interno no que diz respeito aos produtos não destinados a fins especificamente militares", acrescentou.

A Comissária advertiu ainda "que a aplicação deste artigo está limitada a casos excecionais e claramente definidos, devendo ser objeto de interpretação estrita, tal como qualquer outra derrogação às liberdades fundamentais".

Os eurodeputados, que pediram informação à Comissão Europeia "sobre se, durante os mais de dois anos que durou a investigação, em algum momento o Estado Português invocou o interesse das construções de navios militares e o enquadramento e tratamento específicos que as mesmas necessariamente terão de ter", consideram que o Governo "nunca quis salvar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo" (ENVC).

Os ENVC foram entretanto subconcessionados à WestSea/Martifer.