Bruxelas aprova reprogramação “sem grandes alterações”
PRR
11 de abr. de 2025, 17:54
— Lusa/AO Online
“Apresentámos
uma reprogramação à Comissão Europeia, que hoje obteve a sua
aprovação”, afirmou o presidente da Estrutura de Missão Recuperar
Portugal, Fernando Alfaiate, num evento dedicado ao plano, que decorre
em Lisboa.O líder da Recuperar Portugal,
que monitoriza a execução do PRR, detalhou que o envelope financeiro do
plano se mantém, seguindo a orientação dada pelo executivo. Por outro lado, em termos líquidos, os investimentos aumentam, passando de 117 para 119, enquanto as reformas se mantém em 44.Ao
nível dos marcos e metas, necessários para garantir os desembolsos de
Bruxelas, verifica-se um decréscimo, passando de 463 para 438, com a
“redução da carga administrativa”. Contudo,
Fernando Alfaiate disse que os últimos dois pedidos de pagamento são os
mais trabalhosos, tendo sido já classificados pelo ministro da Coesão
Territorial, Castro Almeida, como “a subida da Senhora da Graça”.Ainda assim, assegurou haver uma “elevada probabilidade de cumprimento dentro dos prazos”. O oitavo pedido de pagamento deverá ser apresentado a Bruxelas no outono deste ano. "Não
mudamos a dimensão, mas adaptámos. O PRR é um caminho que fazemos em
conjunto e que por vezes temos de ultrapassar obstáculos, sem parar. O
calendário é exigente e inalterável. Cada pequena concretização é uma
vitória”, concluiu.A nova reprogramação do
PRR traz cortes em componentes como a habitação, mobilidade e gestão
hídrica, que o Governo compensou com outras fontes de financiamento. A
mobilidade sustentável é a componente que terá o maior ajustamento com
esta reprogramação. No total, são quase 416 milhões de euros que deixam
de estar destinados a esta área, segundo uma apresentação que o Governo
fez, em janeiro, na Assembleia da República. Destaca-se ainda a habitação, com uma redução que ultrapassa os 391 milhões de euros. O
secretário de Estado do Planeamento, Hélder Reis, explicou, na altura,
que o que está em causa são as casas a preços acessíveis e que, apesar
da descida apresentada, no que se refere ao financiamento, o número de
habitações irá manter-se em 6.800.Contudo,
o PRR irá financiar 3.500 casas e as restantes serão suportadas através
de um empréstimo do BEI – Banco Europeu de Investimento. Hélder Reis justificou a alteração com o nível de procura por estas habitações, que ficou abaixo do esperado. A
par da gestão hídrica e da habitação evidenciam-se descidas em
componentes como as empresas 4.0 (-39 milhões de euros), qualificações e
competências (-21,5 milhões de euros) e a escola digital (100.000
euros).O valor do PRR que, com esta
reprogramação, deixa de estar alocado a projetos que vão ser financiados
por fontes alternativas, nomeadamente através do BEI, do programa
Portugal 2030 ou do Orçamento do Estado, vai ser destinado a áreas como
saúde ou Inteligência Artificial.O PRR,
que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um
conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do
crescimento económico. Além de ter o
objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem o
propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.A última reprogramação do PRR tinha sido aprovada em setembro de 2023.