15 de nov. de 2018, 12:07
— Susete Rodrigues/Lusa/AO Online
Em
comunicado divulgado pelo Juízo de Instrução Criminal do Barreiro,
lê-se que foi determinado, além das apresentações diárias aos órgãos de
polícia criminal, o pagamento por cada um dos arguidos de uma caução de
70.000 euros.Bruno
de Carvalho e Nuno Mendes, líder da claque Juventude Leonina, conhecido
por Mustafá, foram detidos no domingo e interrogados na quarta-feira
pelo juiz Carlos Delca, num processo que já tinha 38 arguidos em prisão
preventiva.Bruno
de Carvalho está indiciado por terrorismo, sequestro, ameaça agravada,
detenção de arma proibida, ofensa à integridade física qualificada e
dano com violência.No
total, o ex-presidente do clube lisboeta está indiciado de 57 crimes:
um de terrorismo, 20 de sequestro, 20 de ameaça agravada, dois de
detenção de arma proibida, 12 de ofensa à integridade física qualificada
e dois de dano com violência.Mustafá
está indiciado pelos mesmos crimes de Bruno de Carvalho, acrescido de
um de tráfico de droga, tendo Carlos Delca considerado que “a atuação
dos arguidos revela um manifesto desprezo pelas consequências gravosas
que provocam nas vítimas”.No
entanto, o juiz entendeu que apenas em relação ao crime de tráfico de
droga, imputado a Mustafá, “se verificam fortes os indícios resultantes
dos elementos de prova”, razão pela qual considerou não estarem reunidos
os pressupostos para a aplicação de medidas de coação mais gravosas
relativamente aos outros crimes.Em
15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia do
clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos
encapuzados, que agrediram alguns jogadores, membros da equipa técnica e
outros funcionários.A
GNR deteve no próprio dia 23 pessoas e efetuou, posteriormente, mais
detenções - das quais as mais recentes foram as de Bruno de Carvalho e
Mustafá, no domingo -, que elevaram para 40 o número de arguidos,
suspeitos de terrorismo, ofensa à integridade física qualificada, ameaça
agravada, sequestro e dano com violência.O
ataque motivou o pedido de rescisão unilateral de contrato de nove
futebolistas, alegando justa causa, alguns dos quais recuaram na decisão
e continuam a representar os ‘leões’, e lançou o clube lisboeta em uma
das maiores crises institucionais da sua história.Bruno
de Carvalho, que à data dos acontecimentos liderava o Sporting, foi
destituído em Assembleia Geral em 23 de junho e impedido de concorrer às
eleições do clube de Alvalade, das quais Frederico Varandas saiu como
novo presidente.
Noticia atualizada às 12h12