Brasil pede ao Mercosul que redobre esforços nas relações comerciais
26 de mar. de 2021, 16:47
— Lusa/AO Online
“Queremos
que nossas economias possam participar ainda mais das novas cadeias de
valor regionais, principalmente neste momento, em que precisamos
urgentemente superar os grandes prejuízos causados pela pandemia”, disse
Bolsonaro, num discurso transmitido pela Internet, durante a reunião
que marcou o 30.º aniversário do bloco sul-americano.Jair
Bolsonaro falou depois de o Presidente argentino, Alberto Fernández,
inaugurar a cerimónia em Buenos Aires, num ato que contou também com a
participação do Presidente do Paraguai, Miguel Abdo Benítez, e do
Uruguai, Luis Lacalle Pou.Participaram
também os Presidentes do Chile, Sebastián Piñera, país associado ao
bloco, e da Bolívia, Luis Arce, também associado, mas em processo de
adesão como membro.Fernández, na abertura
da cerimónia, fez referência ao facto de o Mercosul viver "tempos
complexos" devido à pandemia de Covid-19.Já Bolsonaro defendeu, no seu discurso, uma "modernização" do Mercosul através da "atualização das tarifas externas".O
Presidente brasileiro também destacou que há "um grande espaço para se
poder aprofundar ainda mais o regionalismo" nos setores que estão à
margem do comércio internacional e pediu para "transpor as brechas"
existentes em setores como o automóvel e açucareiro, alinhando as atuais
regulamentações "para melhores práticas e padrões internacionais".Bolsonaro
referiu-se em diversas ocasiões à conceção original do Tratado de
Assunção, que fundou o Mercosul em 1991, sublinhando que as premissas de
"liberdade política e económica" dos países membros do bloco devem ser
respeitadas.“Temos que dar o exemplo com
resultados concretos, com emprego e renda [rendimento] para os nossos
cidadãos, com apoio para as nossas empresas e com mercadorias de menor
valor e melhor qualidade à disposição de todos os consumidores”, disse
Bolsonaro, para quem é preciso “melhorar as regras que valorizam o
ambiente de negócios ".Para conseguir essa
modernização do Mercosul, o Presidente brasileiro defendeu que os
países possam negociar livremente seus próprios acordos comerciais, já
que as diferenças de natureza política ou económicas entre os membros do
bloco “não devem afetar o andamento do projeto de integração".“Entendemos
que a regra do consenso não pode se transformar em instrumento de veto
ou freio permanente. O princípio da flexibilidade está inscrito no
próprio Tratado de Assunção. O Brasil quer contar com o apoio dos demais
integrantes do bloco para continuar ampliando a rede de negociações
comerciais extra-regionais", concluiu.