Borrell pede aos europeus para que não cedam no apoio e aponta sucesso da contraofensiva
Ucrânia
13 de set. de 2022, 15:43
— Lusa/AO Online
Intervindo num debate no
Parlamento Europeu, na localidade francesa de Estrasburgo, num debate
sobre os mais recentes desenvolvimentos do conflito em solo ucraniano, o
Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e de
Segurança, Josep Borrell, advertiu que o Presidente russo, Vladimir
Putin, “espera que no inverno as democracias débeis e frágeis não
mantenham o apoio à Ucrânia, devido ao gás, ao frio, aos preços”, e
enfatizou a importância de tal não suceder.“Há
que aproveitar esta circunstância em que a Ucrânia lançou uma
contraofensiva que está a ter um sucesso maior do que o esperado,
incluindo para nós próprios. Isto mostra que a estratégia que temos
seguido desde o início é a adequada e que há que continuar a aplicá-la.
Não é o momento de esmorecer, pelo contrário, é o momento de redobrar os
nossos esforços”, disse.Borrell insistiu que “há que manter o apoio, pois está provado que é eficaz”.“Quem
pensaria, quando Putin lançou a guerra, que seis meses depois o
exército russo estaria na defensiva ou a retroceder? Quem imaginaria?
Isso é possível, antes de mais, graças ao valor e compromisso [dos
ucranianos] na defesa do seu país, mas também graças ao apoio que temos
prestado, porque as guerras ganham-se com armas”, realçou o político
espanhol. “E quero aproveitar este palco
que é o Parlamento Europeu para me dirigir aos cidadãos europeus e
pedir-lhes que não cedam no seu apoio à Ucrânia. Não é o momento para
debilitar este apoio, porque está a funcionar, e porque devemos mantê-lo
para chegarmos a uma situação que permita resolver o conflito, que
respeite a integridade territorial e a soberania da Ucrânia”, completou.Na
segunda-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu que
o exército reconquistou quase 6.000 quilómetros quadrados (km2) de
território controlado pelas forças russas na Ucrânia, desde o início da
sua contraofensiva lançada no início de setembro."Desde
o início de setembro, os nossos soldados já libertaram quase 6.000 km2
de território ucraniano no leste e no sul, e ainda estamos a avançar",
salientou o chefe de Estado ucraniano no habitual vídeo noturno dirigido
à nação.Volodymyr Zelensky agradeceu em
particular a três unidades militares, elogiando a sua "bravura" na
operação que permitiu recuperar território conquistado pelas forças
russas.Caso sejam consolidados, estes
ganhos serão os maiores para a Ucrânia desde a retirada das forças
russas dos arredores de Kiev no final de março.O
Exército ucraniano anunciou pela primeira vez uma contraofensiva no
sul, antes de fazer um avanço relâmpago na semana passada na região de
Kharkiv, na fronteira com a Rússia no nordeste do país, forçando os
soldados de Moscovo a recuar para outras posições.As
autoridades ucranianas também têm relatado sucesso na região de
Kherson, no sul, ocupada pela Rússia e na fronteira com a Crimeia
anexada, e nas regiões orientais sob o controlo de separatistas
pró-russos desde 2014.