Boris Johnson sobrevive a moção de censura de conservadores britânicos

6 de jun. de 2022, 20:27 — Lusa /AO Online

Numa votação secreta realizada hoje no edifício do Parlamento em Londres, 211 deputados (59%) do Partido responderam sim à questão: “Ainda tem confiança em Boris Johnson como líder?”, enquanto 148 (41%) responderam que não.Johnson precisava uma maioria de 180 votos ou mais entre 359 deputados.  A moção de censura ["vote of no confidence"] ao líder do Partido Conservador foi convocada esta manhã, após dezenas de deputados terem manifestado descontentamento.Graham Brady, presidente do grupo parlamentar Conservador, também conhecido por Comité 1922, declarou ter sido ultrapassado o patamar de 54 subscritores para desencadear o processo, embora não tenha adiantado o número preciso.O escândalo causado pelas festas ilegais na residência de Johnson em Downing Street durante a pandemia de covid-19 foi apontado como a principal causa de insatisfação interna, mas alguns deputados levantaram outras questões relacionadas com políticas do Governo.A votação secreta teve lugar na Câmara dos Comuns entre as 18:00 e 20:00 (mesma hora em Lisboa), sendo aberta ao grupo parlamentar Conservador, de 359 deputados.As regras ditam que, se uma moção de censura fracassar, o líder do Partido fica imune a nova tentativa durante um ano, mas vários comentadores e políticos sugeriram hoje os regulamentos podem ser alterados.Porém, a revolta poderá ter feito estragos na liderança e a contestação interna poderá voltar depois de 23 de junho, se o Partido Conservador perder duas eleições parlamentares parciais consideradas indicativas do sentido da opinião pública no norte e sul de Inglaterra.Os 148 votos contra são superiores à insurgência de 117 deputados (37%) que Theresa May enfrentou em 2018, na sequência da qual se manteve em funções, acabando contudo por demitir-se quatro meses depois.A amplitude da margem é considerada crucial para avaliar as perspectivas do chefe do Executivo durante o resto do mandato até às próximas eleições, previstas para 2024.