Boris Johnson recusa demitir-se e pretende substituir membros do governo demissionários
6 de jul. de 2022, 16:58
— Lusa/AO Online
Questionado na
Comissão de Ligação, composta por presidentes das diferentes comissões
parlamentares, Johnson reiterou a determinação em permanecer no cargo. “O
país está a atravessar tempos difíceis”, admitiu, referindo "as
pressões a que as pessoas estão sujeitas e a necessidade de o governo se
concentrar nas suas prioridades”. Mencionando
ainda "a maior guerra na Europa nos últimos 80 anos”, argumentou que
“não seria de maneira nenhuma responsável virar as costas”. Questionado
sobre se o Executivo vai sofrer com a falta de ministros e outros
membros que se demitiram nas últimas horas, Johnson respondeu que "há
uma riqueza de talentos” na bancada parlamentar, de mais de 300
deputados. Cinco secretários de Estado
anunciaram esta tarde numa carta conjunta que iam deixar o governo de
Boris Johnson, elevando para pelo menos 32 o número de membros do
governo britânico que se demitiram desde terça-feira.“Temos
de pedir que, para o bem do partido e do país, se demita", escreveram a
Boris Johnson os Secretários de Estado Kemi Badenoch, Neil O'Brien,
Alex Burghart, Lee Rowley e Julia Lopez.Ao
todo, segundo o Institute for Government, o Governo é composto por
cerca entre 160 a 170 pessoas, entre ministros, secretários de Estado,
assistentes e outros conselheiros. Ainda
no parlamento, Johnson recusou confirmar se o ministro da Habitação,
Michael Gove, o terá aconselhado a demitir-se, como noticiaram vários
meios de comunicação social. O
primeiro-ministro britânico está sob intensa pressão devido a uma série
de demissões nas últimas 24 horas, que forçou uma remodelação da equipa.
A crise foi desencadeada porque Johnson
admitiu, após dias a negá-lo, que sabia de alegações de má conduta
sexual contra o deputado Chris Pincher antes de o promover a
vice-presidente da bancada parlamentar em fevereiro. Entretanto
suspenso dos Conservadores, Pincher demitiu-se na semana passada após
acusações de que tocou de forma sexual vários homens num clube privado
em Londres, alegando ter “bebido demais”.Questionado se pretendia convocar eleições antecipadas, Johnson desmentiu os rumores."Penso
que ninguém neste país quer que os políticos entrem agora em eleições.
Penso que temos de continuar a servir os nossos eleitores, e resolver as
questões que lhes dizem respeito", acrescentou.