Bombeiros reclamam dívida de 30ME do INEM e alertam risco no subsídio de Natal
9 de dez. de 2025, 17:46
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, o presidente da LBP, António Nunes, disse
que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não liquidou os
pagamentos referentes a setembro, outubro e novembro, sendo que este
último ainda se encontra “num prazo flexível” até ao final desta semana.“O
INEM não pagou e, portanto, neste momento, esse valor em dívida ascende
sensivelmente a esse montante que está descrito”, salientou. De
acordo com António Nunes, a dívida ameaça a sustentabilidade das
associações humanitárias responsáveis pelo transporte de doentes.“Enquanto
não houver reforço orçamental por parte do Ministério da Saúde, o INEM
não tem capacidade financeira para pagar os meses em atraso”, afirmou. A
LBP lembrou que, sem liquidação imediata, muitas corporações poderão
enfrentar dificuldades para pagar o subsídio de Natal aos bombeiros
contratados no início da próxima semana.“Nós
não podemos ter esta situação. Aliás, não é normal que isto aconteça
com o INEM. É normal acontecer com algumas unidades locais de saúde
(ULS). Com o INEM não era normal, estranhámos. As associações
humanitárias estão a perguntar à LBP porque é que o INEM não lhes paga”,
reiterou.Numa nota publicada hoje nas
redes sociais, a LBP indica que o valor total da dívida “ronda os 10
milhões de euros por mês” e que o INEM “liquidou há apenas alguns dias a
última tranche relativa ao mês de agosto”, denunciando ainda uma dívida
de 300 mil euros relativos à componente fixa do Dispositivo Especial de
Emergência Pré-Hospitalar (DEEPH).António
Nunes disse ainda que a LBP é o “principal prestador” de serviços do
INEM, assegurando que anualmente o transporte de cerca de 1,2 milhões de
doentes para as urgências.O responsável defendeu também que “não se pode fazer nenhuma refundação do INEM” sem ouvir a LBP.“Os
bombeiros são associações humanitárias de direito privado e, portanto, é
aquilo que os seus dirigentes associativos, a bem da população, sempre a
bem da população, das suas comunidades, é que têm que aceitar
participar num processo de reforma”, sublinhou. O
presidente da LBP destacou ainda que, em 2024, foi assinado um acordo
para disponibilizar 100 ambulâncias, avisando que há “um vasto conjunto
de situações que precisavam de ser resolvidas com muita urgência”, que
podem dar resposta em momentos críticos.“Não
aceitamos imposições unilaterais de reforma que impliquem os
bombeiros”, sem ouvir os parceiros, realçou, acrescentando que a LBP
está sempre disponível em ter “um diálogo muito franco e aberto com o
Ministério da Saúde, em tudo o que diz respeito ao transporte de doentes
urgentes e não urgentes”.A agência Lusa já contactou o INEM para obter mais esclarecimentos, mas ainda aguarda resposta.