Bolsonaro demarca-se de ataques em Brasília e nega responsabilidades
Brasil
9 de jan. de 2023, 12:14
— Lusa/AO Online
“Manifestações
pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo,
depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de
hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à
regra”, escreveu Jair Bolsonaro, na sua conta oficial na rede social
Twitter. Em três ‘posts’ sucessivos, Jair
Bolsonaro comentou as ocupações feitas na capital brasileira e rejeitou
as acusações feitas pelo seu sucessor, Lula da Silva, que o
responsabilizou por ter incitado os ataques de domingo aos edifícios
sede dos poderes legislativo, judicial e executivo. “Repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil”, escreveu Bolsonaro. “Ao
longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da
Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a
transparência e a nossa sagrada liberdade”, acrescentou Jair Bolsonaro,
que está nos Estados Unidos da América desde o final do ano passado, não
tendo comparecido na passagem de testemunho do poder a Lula da Silva. Numa
declaração pouco depois dos ataques em que decretou a intervenção
federal em Brasília, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva,
acusou hoje Bolsonaro de ser um genocida, por provocar e estimular
invasões violentas em edifícios públicos neste domingo em Brasília,
capital do país.“Este genocida não só
provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando
ainda pelas redes sociais também”, afirmou Lula da Silva referindo-se a
Bolsonaro que está em Orlando, nos Estados Unidos.“Na
verdade, ele fugiu para não me colocar a faixa. É muito triste. Depois
da festa democrática do dia primeiro [de janeiro], a festa mais
importante da posse de um Presidente da República”, acrescentou o chefe
de Estado brasileiro, referindo-se à ausência de Bolsonaro na cerimónia
de posse que marcou o início da sua gestão.O
Presidente brasileiro decretou a intervenção federal em Brasília depois
de centenas de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro terem invadido
e vandalizado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo
Tribunal Federal (STF), sedes dos poderes legislativo, executivo e
judicial.Os manifestantes, que furaram as
barreiras de proteção da polícia, pedem uma intervenção militar para
derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma semana após a sua
tomada de posse.A Polícia Militar
conseguiu, entretanto, recuperar o controlo da sede do STF e o chefe de
Estado brasileiro prometeu que todos os responsáveis pelas invasões
serão punidos.