Bolsonaro atribui a estado de “paranoia” ter danificado pulseira eletrónica
Hoje 17:21
— Lusa/AO Online
Bolsonaro respondeu por videoconferência às perguntas de uma juíza auxiliar no âmbito da sua detenção, após passar a primeira noite em prisão preventiva na sede da Polícia Federal, em Brasília.A audiência de controlo de detenção é um procedimento considerado crucial para verificar a integridade física do detido e verificar se os seus direitos fundamentais foram violados.A juíza auxiliar do magistrado do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes, relator do processo pelo qual Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão, conduziu a sessão e constatou a ausência de “abusos ou irregularidades”, de acordo com o relatório oficial.O líder do Partido Liberal (PL), que cumpria prisão domiciliar desde 04 de agosto na sua residência em Brasília, foi preso preventivamente na manhã de sábado por “risco concreto de fuga” e “ameaça à ordem pública”.Uma das razões para a ordem de prisão foi o facto de o ex-chefe de Estado (2019-2022) ter confessado ter queimado com um soldador a pulseira eletrónica imposta pelo tribunal superior para controlar os seus movimentos.Na audiência, Bolsonaro declarou que entrou num estado de “certa paranoia” entre sexta-feira e sábado, como consequência da ingestão de medicamentos prescritos por diferentes médicos, que provocaram reações adversas.Os dois medicamentos citados são pregabalina (antiepiléptico) e sertralina (antidepressivo).Bolsonaro, de 70 anos, alegou também que não dorme bem e que estava “alucinado”, porque acreditava que dentro da pulseira havia um sistema de escuta.O ex-presidente relatou que começou a manipular o aparelho desde a tarde de sexta-feira até à meia-noite de sábado, quando o dispositivo lançou um alerta às autoridades brasileiras, que compareceram imediatamente para verificar o que havia acontecido.Jair Bolsonaro negou que tenha tentado tirar a pulseira para fugir, como afirma o juiz de instrução.A prisão ocorreu na véspera de o Supremo ordenar a execução da pena de 27 anos de prisão a que foi condenado por “liderar” uma conspiração golpista para “se perpetuar no poder”, após perder as eleições de 2022 para o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.