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Bolieiro tem “enorme orgulho” no contributo da história açoriana para a cultura portuguesa

O presidente do Governo dos Açores disse que sente “um enorme orgulho" no contributo da história açoriana para a cultura portuguesa e que a referência nacional tem de abranger a “projeção atlântica” e a cultura insular.


Autor: Lusa

“Eu, na verdade, sinto […] um enorme orgulho na história açoriana para a cultura portuguesa e para identidade e açorianidade”, disse hoje José Manuel Boleiro em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na conferência “Cultura, Educação e Território no Lugar do Amanhã”, a primeira iniciativa realizada no auditório Luís da Camões, no âmbito do projeto PDL26 - Capital Portuguesa da Cultura.

Na sua intervenção, o líder do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM, também destacou a importância da PDL26 na divulgação da cultura açoriana.

“[A PDL26] deve permitir-nos evocar e projetar, para que os portugueses todos conheçam este valor que os Açores acrescentam a Portugal, à cultura e à História portuguesas, estas personalidades, este património”, disse Bolieiro após referir vários nomes da cultura dos Açores.

Na sua opinião, o património material e imaterial existente em Ponta Delgada e no arquipélago justificam “evidências na celebração de Ponta Delgada Capital Portuguesa da Cultura”.

“A Cultura não é uma parte, é um estar e um ser holístico. E, por isso, ela não pode reduzir-se a um entendimento de tradição, de cultura popular, de talento e arte, de conhecimento e pensamento, ou de uma referência de identidade de um povo ou de um lugar. Ela é tudo isso. E, tudo isso, em osmose, mesmo que esta osmose possa ter a capacidade de manter cada parte a respirar por si”, afirmou o líder do Governo açoriano.

“E que orgulho é perceber que os Açores têm na cultura portuguesa uma dimensão ímpar”, prosseguiu, evocando Vitorino Nemésio, um “ilustre açoriano da ilha Terceira”.

Na sua intervenção também referiu “o papel dos Açores e dos açorianos na cultura”, assumindo que existe na região “uma distinção fantástica”.

“Mas, se quisermos pensar qual o papel da açorianidade e dos açorianos em matéria de conhecimento, intelectualidade, ensaio, filosofia, que dizer da cultura portuguesa sem Antero de Quental, sem Teófilo Braga, sem Manuel de Arriaga […], Natália Correia, Armando Cortez Rodrigues, enfim, tantos outros”, declarou.

Antes da intervenção de José Manuel Bolieiro, foi assinado o protocolo de cooperação de financiamento da PDL26 entre os Ministérios da Cultura e da Economia/Secretaria de Estado do Turismo, o Governo Regional dos Açores e a Câmara Municipal de Ponta Delgada.

Segundo o protocolo a que a agência Lusa teve acesso, o valor global do financiamento é de 5,3 milhões de euros (650 mil euros a cargo do Turismo de Portugal, 650 mil euros do Ministério da Cultura, um milhão de euros através do Governo Regional e três milhões de euros através da Câmara Municipal de Ponta Delgada).

O acordo define que o planeamento, a promoção, o desenvolvimento e a execução da iniciativa Ponta Delgada 2026 - Capital Portuguesa da Cultura fica a cargo do município de Ponta Delgada, presidido por Pedro Nascimento Cabral.

“Saúdo esta iniciativa, porque ela envolve e promove mais dimensão, nesta compreensão do país inteiro”, disse ainda o presidente do Governo Regional dos Açores.

“É bom que o país compreenda a sua condição inteira. O Governo de Portugal não é apenas o Governo do continente e a referência nacional tem de abranger a sua projeção atlântica e a cultura portuguesa insular”, referiu Bolieiro.

Na ocasião, a comissária Katia Guerreiro referiu que a equipa do projeto sensibilizou a ministra da Cultura e o secretário de Estado do Turismo para a dificuldade que é a insularidade e os custos que acarreta e foi concedida “uma majoração ao financiamento em mais 300 mil euros acima do que estava esperado”.

“Nós precisamos desta compreensão nacional. Ela é bem-vinda. Ela é justa e é do interesse nacional que assim seja”, concluiu Bolieiro.

Na conferência também participaram a ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, e a secretária regional da Cultura, Educação e Desporto, Sofia Ribeiro.