Bolieiro rejeita moção de confiança para não ser “agente de instabilidade” nos Açores
22 de mar. de 2023, 14:03
— Lusa/AO Online
“A
liberdade de pensamento e de posição cabe a cada um. O governo está
focado na sua estabilidade governativa. Eu já disse com clareza: o
quadro governativo e de coligação está coeso. Não somos agentes de
instabilidade. Somos um referencial de estabilidade”, afirmou Bolieiro,
quando questionado pelos jornalistas sobre as declarações de André
Ventura, à margem de uma cerimónia nas Sete Cidades, Ponta Delgada, para
assinalar o Dia Mundial da Água.O Chega voltou a desafiar o Governo dos Açores a
apresentar uma moção de confiança, considerando que cabe ao parlamento
regional clarificar se o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) “tem ou não
condições para continuar” em funções.“O
cenário de instabilidade que se agudiza apenas se resolverá com a
apresentação de uma moção de confiança pelo executivo de José Manuel
Bolieiro ao parlamento regional dos Açores sobre, precisamente, a
matéria recente de instabilidade que se vive na região”, afirmou o
presidente do Chega, André Ventura.Esta quarta-feira, Bolieiro afirmou que o “parlamento é soberano”, mas rejeitou a apresentação de moção de confiança.“O
parlamento é soberano. Se quiser tomar alguma iniciativa de
instabilidade está no seu direito e assume a sua responsabilidade. Da
minha parte, do governo e da coligação é sermos referenciais de
estabilidade. A partir dai, é liberdade de pensamento e de posições”,
salientou.O líder
do Chega defendeu que “é ao parlamento regional açoriano que cabe a
resposta sobre se este governo tem ou não condições para continuar” e
afirmou que só desta forma é possível “garantir que há o apoio
necessário para o último ano e meio de governação”.A
08 de março, o deputado único da IL no parlamento açoriano, Nuno
Barata, rompeu o acordo de incidência parlamentar de suporte ao Governo
dos Açores, chefiado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, e
depois o independente Carlos Furtado, ex-Chega, também rompeu com esse
acordo.Entretanto, os dois deputados
admitiram negociar “ponto a ponto” com o Governo dos Açores para manter a
estabilidade governativa na região.Os
três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26
deputados na assembleia legislativa e contam agora apenas com o apoio
parlamentar do deputado do Chega, José Pacheco, somando assim 27 lugares
num total de 57, pelo que perdem a maioria absoluta.