Bolieiro quer passar açorianidade a novas gerações nos EUA
6 de dez. de 2021, 14:22
— Lusa/AO Online
“Como é que
vamos construir uma estratégia para aprofundarmos estes laços e passar
às novas gerações este legado? Não tenho uma varinha mágica nem uma
solução pronta. Mas tenho toda a disponibilidade para construir esta
estratégia com todos”, declarou José Manuel Bolieiro, citado pelo
gabinete de imprensa do executivo açoriano.O
líder do Governo Regional falava em Fall River, nos Estados Unidos da
América, área de acolhimento de muitos açorianos, no domingo, na
cerimónia que assinalou os 30 anos da Casa dos Açores da Nova
Inglaterra.Estima-se que existam radicados nos Estados Unidos 1,5 milhões de açorianos e os seus descendentes.Para
Bolieiro, garantir que os mais jovens emigrantes e descendentes de
açorianos “não percam a raiz e não se desinteressem” pela história das
ilhas “é um desafio muito complexo e difícil, mas que está ao alcance”.O
social-democrata, que se fez acompanhar pelo vice-presidente do Governo
dos Açores, Artur Lima, declarou ter “gosto pessoal” na presença em
Fall River, mas também um sentimento de “dever” de, como presidente do
governo, valorizar todos os que, “através do movimento migratório,
souberam conjugar o aparentemente contraditório", ou seja, "amar as
raízes e ter asas para voar à procura da felicidade para si e para as
suas famílias”.“Saíram da ilha, mas a ilha não saiu da alma de cada um. O governo está convosco. Estamos com cada um de vós”, frisou.O
líder do executivo açoriano destacou a Casa dos Açores da Nova
Inglaterra como uma “verdadeira embaixada da açorianidade”, deixando uma
saudação ao passado da instituição, mas garantindo compromissos com o
presente e o futuro.Além
da presença na Casa dos Açores da Nova Inglaterra, a visita de José
Manuel Bolieiro e Artur Lima contemplou contactos com “representantes da
comunidade, da diáspora e de políticos eleitos”, com atenção à
inclusão.“É
bom ter na capacidade governativa esta capacidade mais elevada de
incluir, respeitar a diferença, envolver todos num projeto comum. Esta é
uma responsabilidade que qualquer representante político tem de ter.
Nenhum projeto sairá vencedor se for um projeto de um homem só", disse.Bolieiro pediu aos açorianos na América para manterem "esta força, esta vontade de reunir e gostar uns dos outros"."Gostar
uns dos outros é gostar de nós próprios, elevar a nossa condição. A
pessoa humana não é um ser isolado, é um ser convivente, que gosta do
calor entre a família e os amigos”, considerou.A
Casa dos Açores da Nova Inglaterra (CANI) foi oficialmente fundada como
“Casa dos Açores do Estado de Rhode Island”, no estado de East
Providence, em 08 de junho de 1982, e teve como primeiro presidente o
senador John Correia. Foi
criada com o objetivo de prestar serviços à comunidade onde se encontra
inserida nas mais variadas vertentes - oportunidades educacionais,
culturais e sociais, bem como o intercâmbio cultural e logístico entre a
comunidade açoriana emigrante no sudoeste da Nova Inglaterra e os
Açores. Após
um interregno de cerca de oito anos, em 16 de outubro de 1991, Leonardo
Oliveira e um grupo de amigos seus conterrâneos reabriram a
instituição, já sob a denominação de Casa dos Açores da Nova Inglaterra,
sendo o seu primeiro presidente Paulo Bettencourt (1991). Seguiram-se
José Soares (1993), Mariano Alves (2004) e João Luís Morgado Pacheco
(1995 e 2006). Em
2010, Mário Ventura assumiu a presidência até 2012, altura em que Nélia
Alves-Guimarães foi eleita a primeira mulher presidente desta
instituição. Em 2018, Francisco Viveiros assumiu a presidência, que
ainda exerce atualmente.Esta foi a primeira deslocação de José Manuel Bolieiro aos Estados Unidos como presidente.