Autor: Lusa/AO Online
Segundo um comunicado do Governo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Boleiro desloca-se a Bruxelas “num momento marcado por fortes preocupações quanto à proposta da Comissão Europeia para o próximo Quadro Financeiro Plurianual (QFP)”.
A deslocação “surge na sequência de várias intervenções recentes do líder do executivo açoriano, que tem reafirmado publicamente a necessidade de uma política europeia mais ajustada às especificidades das regiões insulares, defendendo com firmeza a manutenção e o reforço dos instrumentos que garantem a coesão territorial”, adiantou.
O líder do Governo Regional açoriano participa, na terça-feira, no “High-Level Outermost Regions Fórum”, que reúne comissários europeus, responsáveis institucionais e presidentes das RUP, e, no dia anterior, estará presente na comemoração dos 30 anos da Conferência dos Presidentes das RUP (CPRUP).
No “High-Level Outermost Regions Fórum”, Bolieiro apresentará a sua posição sobre o futuro “Pacote RUP”.
“O presidente do Governo dos Açores deverá insistir na necessidade de o próximo QFP incorporar medidas que protejam o POSEI, os fundos de coesão e os apoios à agricultura e às pescas, áreas que considera vitais para o equilíbrio económico e social das regiões ultraperiféricas”, adianta a nota.
Já a sessão comemorativa dos 30 anos da CPRUP contará com “momentos de balanço histórico e reflexão política sobre três décadas de afirmação das RUP no espaço europeu”.
O governante açoriano integra a mesa-redonda dedicada às preocupações em torno do futuro QFP, num debate que juntará outros presidentes regionais e representantes dos estados-membros de Portugal, França e Espanha.
O executivo açoriano espera que o encontro “reitere que a coesão não pode ser apenas um princípio, deve traduzir-se em medidas concretas que garantam competitividade, continuidade territorial, proteção dos setores produtivos e igualdade de oportunidades para cidadãos que vivem em territórios remotos”.
Com a participação nestas duas iniciativas que vão decorrer em Bruxelas, o presidente do Governo dos Açores reforça a estratégia de afirmação da região como “voz ativa e influente no diálogo europeu, insistindo que as regiões ultraperiféricas não são periferias desatendidas, mas ativos estratégicos da União, com responsabilidades ambientais, marítimas e geopolíticas únicas”.
“A próxima semana em
Bruxelas será, assim, mais um passo na defesa de um quadro europeu que
reconheça a singularidade açoriana e garanta os instrumentos necessários
ao desenvolvimento sustentável do arquipélago”, concluiu.