Bolieiro garante saúde da coligação do Governo dos Açores e diálogo com os médicos
22 de nov. de 2022, 16:13
— Lusa/AO Online
“A
saúde da coligação recomenda-se, mas a nossa preocupação é a saúde dos
Açores e dos açorianos”, afirmou José Manuel Bolieiro, na Assembleia
Legislativa, na Horta, durante a discussão do Plano e do Orçamento da
região para 2023, num debate sobre a saúde.As
declarações surgiram depois de o presidente do PS/Açores, Vasco
Cordeiro, ter questionado o líder do Governo Regional sobre se estaria
disponível para pedir desculpa aos médicos em nome do executivo
açoriano, devido às afirmações do vice-presidente, Artur Lima (CDS-PP).Em
causa estão declarações do ‘número dois’ do Governo dos Açores que, a
11 de novembro, defendeu que os médicos “não podem usar o dinheiro como
moeda de troca para dispensar” a prestação de cuidados, considerando que
tal é uma “violação grosseira” da ética.No
debate, José Manuel Bolieiro criticou a “política do maldizer” e acusou
o PS de estar “incomodado” com os resultados do executivo na saúde.“Fui
bem claro ao repudiar categoricamente que se pudesse interpretar nas
declarações - e eu sabia de conversa direta e testemunho do
vice-presidente - qualquer intenção de ofender ou desconsiderar aos
médicos”, assinalou.José Manuel Bolieiro reiterou ainda a “disponibilidade para o diálogo” com os médicos.“Estou
apto e pronto para resolver os problemas e agarrar as oportunidades.
Sim, estou pronto para, como é apanágio deste governo e meu próprio, em
diálogo e concertação, dialogar com os médicos e resolver o problema”,
afirmou.Na resposta, Vasco Cordeiro, que
liderou o Governo Regional entre 2012 e 2020, acusou o executivo de
“estar mais preocupado com a saúde da coligação do que com a saúde dos
açorianos”.“O senhor vice-presidente não
tem humildade para pedir desculpa aos médicos e o senhor [presidente]
não tem a força, nem a liderança, para pedir desculpa aos médicos em
nome do governo”, condenou o socialista.Depois
das declarações de Artur Lima, médicos dos três hospitais públicos da
região manifestaram, em abaixo-assinado enviado a José Manuel Bolieiro,
ao vice-presidente do Governo dos Açores e ao secretário regional da
Saúde e Desporto, Clélio Meneses, indisponibilidade para realizar horas
extraordinárias para além do limite legal das 150 horas, o que poderá
colocar em causa o serviço de urgência já em dezembro.Segundo
o diário Açoriano Oriental, são 426 os médicos que assinaram o
documento, sendo 191 do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta
Delgada.O Orçamento dos Açores para 2023,
de cerca de 1,9 mil milhões de euros, começou a ser debatido no plenário
da Assembleia Legislativa Regional na segunda-feira, onde a votação
final global deve acontecer na quinta ou na sexta-feira.