Bolieiro diz que acordo de parceria é “marco estratégico” na autonomia dos Açores
6 de set. de 2023, 14:51
— Lusa
“Com
a assinatura do Acordo de Parceria Estratégica 2023-2028, Rendimento,
Sustentabilidade e Crescimento, estamos a construir um marco estratégico
da confirmação e consolidação da nossa autonomia política”, declarou
José Manuel Bolieiro.O líder do governo
açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava no Arquipélago – Centro de Artes
Contemporâneas na cerimónia de assinatura do acordo de parceria, que
juntou Câmara do Comércio dos Açores, Federação Agrícola e UGT.Entre
as medidas, o documento compromete os signatários a promover uma taxa
de crescimento anual do Produto Interno Bruto da região de 2,5% a 3% e a
triplicar os valores executados de fundos comunitários.José
Manuel Bolieiro reforçou que o “acordo não é estático”, sendo antes um
texto “dinâmico” que, “ao longo dos cinco anos da sua vigência, será
objeto de monitorização e avaliação, em resultado das quais poderá e
deverá ser revisto”.“Cada um se
compromete, inequivocamente, com uma política ativa de apoio social, com
a política formativa dos jovens, com a sustentabilidade ambiental, com a
utilização de fontes de energia renováveis e com uma política de
valorização da função pública”, vincou.O
chefe do Governo Regional reforçou tratar-se de um “acordo aberto e
plural”, não sendo “propriedade daqueles” que o subscreveram.“É,
pois, com indisfarçável orgulho que hoje, fruto do trabalho conjunto
que soubemos desenvolver ao longo dos últimos tempos, inauguramos uma
prática histórica, com a elaboração e subscrição de um inédito acordo de
parceria estratégica na autonomia política dos Açores”, salientou.O
executivo açoriano e os parceiros sociais, ressalvou, “nunca deixarão
de estar profundamente preocupados com as consequências, na sociedade e
na economia açorianas, da inflação, do aumento das taxas de juro”,
apesar de considerarem “interessante” os “24 meses consecutivos de
crescimento” económico da região.“O
entendimento a que chegámos engloba uma visão sobre o investimento
público e investimento privado, salários e condições de vida”,
assinalou.Bolieiro destacou o
“compromisso” de “valorizar e aumentar as qualificações dos açorianos” e
de apoiar as famílias com a “desoneração dos custos do orçamento
familiar, com a educação, com a saúde”.“Na
prossecução das respetivas atribuições de cada signatário,
comprometemo-nos, inequivocamente, com um projeto de desenvolvimento e
de convergência para os Açores”, destacou.O
líder regional lembrou que o acordo defende a manutenção da redução
fiscal até ao máximo permitido por lei e da Tarifa Açores (que permite
viagens aéreas interilhas a 60 euros para residentes), duas medidas
implementadas pelo atual Governo Regional.“Porque
o muito aqui representado não esgota o que é preciso para cumprirmos a
ambição de todos, a nossa convicção é a de que hoje apenas reforçámos um
percurso que é para continuar, com consistência e inovações
constantes”, declarou.Em 28 de agosto, o
presidente do Governo dos Açores anunciou um acordo de parceria
“histórico” com os parceiros sociais para os próximos cinco anos, que
teve origem na comissão permanente de Concertação Social do Conselho
Económico e Social dos Açores.A CGTP, que tem assento naquela comissão, recusou-se a assinar o acordo de parceria.