Bolieiro defende “literacia didática” para negacionistas das alterações climáticas

25 de out. de 2023, 14:44 — Lusa

“Nós estaremos contra os negacionistas porque estamos convictos de que a realidade é testemunhada, tem consequência, e de que a nossa intervenção pode contribuir para uma mitigação de uma economia excessivamente carbonizada”, declarou José Manuel Bolieiro.O líder do executivo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) discursava na sessão de abertura da conferência internacional “Planclimac Projet Final Conference - Adaptation and Mitigation to Climate Change”, destinada à reflexão sobre os impactos das alterações climáticas, que decorre no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada.Bolieiro disse estar solidário com as “novas gerações” e defendeu a “importância de sensibilizar a geração mais velha” para o fenómeno da mudança climática e de promover uma “literacia didática contra os negacionistas que ainda subsistem”.“Os Açores, a nossa economia, a nossa exposição ao mar, à imensidão do nosso mar no atlântico norte, coloca-nos enquanto região e economia mais vítimas das alterações climáticas do que contribuintes”, declarou.O presidente do executivo açoriano defendeu que o arquipélago é uma “referência” quanto à sustentabilidade ambiental e na utilização das energias renováveis.“Não me parece justo o ataque às opções de Portugal, com os Açores à frente, em matéria de sensibilidade para uma ideia de desenvolvimento sustentável”, atirou.Bolieiro avisou para as “situações extremas da natureza”, decorrentes das alterações climáticas, e exemplificou com a “destruição da obra feita” pelo furacão Lorenzo e pela tempestade Efrain (intempéries que assolaram os Açores em outubro de 2019 e dezembro de 2022, respetivamente).Relativamente aos fundos comunitários, o chefe do Governo Regional defendeu a necessidade de ter um “foco prioritário” quanto à segurança das populações, à descarbonização da economia e à proteção das orlas costeiras.“Há que compreender as prioridades do investimento público. Estamos a fazer focados nesse objetivo e nem sempre, creio eu, compreendidos”, concluiu.