Bolieiro apoiará Marcelo na marcação de eleições o “mais depressa possível”
1 de dez. de 2023, 22:32
— Lusa
“O
chumbo do Orçamento provocou esta crise, com prejuízo para as famílias,
para a nossa economia e desenvolvimento. O Governo Regional tem o dever
de apresentar a proposta [de um segundo Orçamento], mas sua excelência,
o Presidente da República, tem o poder de antecipar a realização das
eleições legislativas regionais, evitando assim perda de tempo
prejudicial”, afirmou José Manuel Bolieiro.Para
o presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), “quem rejeitou e
não aprovou, na generalidade, as propostas de Plano e Orçamento
apresentadas para 2024, tinha conhecimento destas consequências”.“É
por isso que apoiaremos uma eventual opção e decisão de o Presidente da
República em dissolver a Assembleia Legislativa e marcar eleições
legislativas regionais, o mais depressa possível e antes das eleições
legislativas nacionais”, que se vão realizar em 10 de março, disse.José
Manuel Bolieiro falava no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada, no
dia a seguir à reunião que teve em Lisboa com o Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa, que ouviu os partidos envolvidos na crise
política provocada nos Açores pelo chumbo do Orçamento regional.Na
declaração, que não teve direito a perguntas, José Manuel Bolieiro
lembrou que, em 23 de novembro, o parlamento regional rejeitou o Plano e
o Orçamento para o próximo ano.“Tal
significa que a Região Autónoma dos Açores não terá Orçamento Regional
para entrar em vigor a partir de 01 de janeiro, no ano económico e
financeiro de 2024, como seria regular e ideal para a nossa economia,
governação e normal funcionamento das instituições”, disse.Contudo,
lembrou, “a Lei de Enquadramento Orçamental da Região Autónoma dos
Açores prevê, nestas situações, que o Governo Regional tem o dever de
apresentar uma segunda proposta”.O líder
do Governo Regional recordou ainda que era intenção do executivo
apresentar uma nova versão do documento, mas admitiu que não foi
possível assegurar a garantia de que seria aprovada, pese embora os
esforços realizados “junto de quem se absteve na votação do orçamento”.“Isto
é, não obtive a garantia de todos os votos necessários, para assegurar
uma maioria que aprovasse, logo na generalidade, a nova proposta”,
explicou.“Tal dado”, salientou, foi confirmado nas audiências realizadas pelo Presidente da República.“É
a primeira vez que na Autonomia dos Açores não é cumprido um mandato de
Governo até ao seu final. Ficamos impedidos de trabalhar no tempo todo
da legislatura, como devia ser, apesar da nossa vontade de trabalhar”,
observou.Assim, “sem as condições de
estabilidade necessárias” disse ser favorável “às eleições antecipadas, o
mais depressa possível”, acrescentou o governante, considerando que “o
povo decidirá pelo seu melhor interesse, que é o da governabilidade e da
consistência das políticas públicas”.O
chefe do executivo referiu, ainda, que está disponível “para continuar o
trabalho e o rumo de melhorar as condições de vida” nos Açores.Na
quinta-feira, o Presidente da República "decidiu convocar uma reunião
do Conselho de Estado para o dia 11 de dezembro”, no Palácio de Belém.Na
nota divulgada pela Presidência da República é referido que os partidos
foram ouvidos "sobre a situação política na Região Autónoma dos Açores,
na sequência da não aprovação do orçamento para 2024, incluindo,
designadamente, sobre a matéria constante do disposto na alínea j) do
artigo 133.º da Constituição da República Portuguesa".Nos
termos da alínea j) do artigo 133.º da Constituição, compete ao
Presidente da República "dissolver as Assembleias Legislativas das
regiões autónomas, ouvidos o Conselho de Estado e os partidos nelas
representados".