Bolieiro afirma que economia do mar é “relevante para Portugal por causa dos Açores”
2 de ago. de 2022, 14:09
— Lusa/AO Online
“A
economia do mar é relevante para Portugal por causa dos Açores. Se a
história do país tem especial ligação com a aventura marítima, pode ter
enorme futuro com a economia do mar pela sustentabilidade”, declarou.A
assinatura do auto de consignação da exploração da fábrica Santa
Catarina pela SCA – Sociedade Conserveira Açoriana decorreu na
Calheta, ilha de São Jorge.Na cerimónia,
José Manuel Bolieiro reiterou a importância de assegurar a
sustentabilidade dos oceanos, através de uma “economia azul” que garanta
uma “fileira com um preço justo a distribuir por todos”: pela produção e
transformação, pelos trabalhadores e pelo “erário publico”.O
presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) considerou a
consignação da Santa Catarina um “dia histórico”, deixando uma “palavra
de esperança” aos trabalhadores e aos jorgenses.“Nas
conservas, na qualidade e diferenciado que a Santa Catarina aqui
representa, há também uma narrativa relativamente à arte extrativa nesta
fileira da economia do mar. Nós temos uma consciência de
sustentabilidade”, afirmou.O
social-democrata destacou o “reformismo” do atual Governo Regional, que
“quis distinguir a Santa Catarina” dentro das empresas do setor público
empresarial.“Estamos a assumir que a
privatização através desta gestão era vantajosa para este complexo
contraditório: entre libertar um passado negativo, tóxico, para
potenciar um futuro fundado numa história de excelência”, prosseguiu.José
Manuel Bolieiro reforçou que o executivo “está a libertar a nova gestão
do passado tóxico”, uma vez que a região assumiu a dívida da Santa
Catarina, mas lembrou que a consignação prevê uma “renda anual”, o que
exige uma “gestão lucrativa”.“Estamos aqui
a fazer pioneirismo numa solução disruptiva que confere critério,
confiança e, porque não dizê-lo, paradigma para avaliar e como gerir
para o futuro o setor público empresarial”, apontou.E
acrescentou: “É por isso bom que todos os que muitas vezes se dedicam à
crónica do maldizer saibam a verdade e a responsabilidade do que aqui
estamos a gerir”.Em declarações à agência
Lusa, o responsável pela SCA, Rogério Veiros, assegurou a permanência
dos funcionários da conserveira açoriana e disse que a fábrica até
precisa de “aumentar o número de trabalhadores disponíveis”.A 26 de fevereiro, tinha sido anunciado que o agrupamento de Rogério
Veiros, que presidiu à Santa Catarina entre 2015 e 2021, tinha ficado em
primeiro lugar no concurso público para explorar a conserveira, por
mais de sete milhões de euros.“Teremos que
pagar nos próximos dez anos uma renda mínima anual de 206 mil euros e,
no final dos dez anos, temos o direito de exercer a opção de compra no
valor de cinco milhões de euros”, referiu o novo responsável pela Santa
Catarina.Construída em 1940, a fábrica de
atum Santa Catarina está instalada na Fajã Grande, na Calheta, ilha de
São Jorge, e tem 140 trabalhadores, que o privado se comprometeu a
manter.Em 2008, o Governo Regional,
liderado pelo PS, anunciou a decisão de comprar a fábrica de conservas
Santa Catarina para evitar o desemprego de mais de uma centena de
trabalhadores, mas a unidade continuou a enfrentar dificuldades.O
atual Governo dos Açores revelou em fevereiro que vai assumir a dívida
bancária da conserveira Santa Catarina, num valor superior a 6,6 milhões
de euros, segundo um despacho publicado em Jornal Oficial.