Bolieiro admite “desgaste” mas promete motivação pela estabilidade nos Açores
13 de mar. de 2023, 16:01
— Lusa
“Que
desgasta, desgasta. Mas estamos aqui para confrontar o desgaste com
mais motivação e mais capacidade. É assim que a açorianidade se
expressa, designadamente na relação com a natureza. A natureza destrói,
nós reconstruímos. Depois há quem queira promover o desgaste e nós, eu,
reconstruo”, afirmou.Na quarta-feira, o
deputado único da Iniciativa Liberal (IL) no parlamento açoriano, Nuno
Barata, rompeu o acordo de incidência parlamentar de suporte ao Governo
Regional dos Açores, chefiado pelo social-democrata José Manuel
Bolieiro, e depois o independente Carlos Furtado, ex-Chega, também
rompeu com esse acordo.Hoje, em
declarações aos jornalistas na sede da Presidência em Ponta Delgada,
após uma reunião com a conselho regional da Ordem dos Médicos, Bolieiro
definiu-se como o “fator de estabilidade” e afirmou que tem “procurado”
que a instabilidade política “não afete a essência da aplicação prática
das políticas”.“As nossas políticas
públicas estão a ser executadas, aliás em tempo recorde, perante um
contexto tão difícil. Não só meramente político, que é, provavelmente, o
menos gravoso. O mais gravoso foi o período pandémico, inflacionista,
de guerra e de escassez de recursos”, advogou.Questionado
sobre se acredita que a atual solução política vai manter-se em funções
até ao próximo orçamento da região (que deverá ser votado em novembro),
o chefe do Governo dos Açores afirmou que “cada um responde por si”.“Não
dependendo de mim, não posso senão manifestar a minha confiança e o meu
fazer para que as coisas resultem bem. Cada um assumirá a sua
responsabilidade. Os fatores da instabilidade serão fatores de
instabilidade. Os fatores de estabilidade sou eu que assumo a
responsabilidade”, reforçou.Bolieiro
rejeitou ainda comentar as críticas do anterior secretário das Finanças
do atual Governo Regional, Joaquim Bastos e Silva, que, num artigo de
opinião publicado no jornal Açoriano Oriental, considerou que a atual
solução governativa é instável devido às ingerências em diferentes
áreas.“O presidente do governo sou eu e sou que eu quem gere e conhece a realidade”, realçou.Na
sexta-feira, Nuno Barata, IL, e o independente Carlos Furtado admitiram
negociar “ponto a ponto” com o Governo dos Açores para manter a
estabilidade governativa na região, apesar de terem rompido os acordos
de incidência parlamentar.Na Assembleia
Legislativa Regional, o executivo regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM
passou a ter o apoio de apenas 27 deputados em vez dos iniciais 29,
mantendo um acordo de incidência parlamentar com o Chega. Falta-lhe um deputado para assegurar a maioria dos votos no parlamento açoriano, que é composto por 57 parlamentares.