Bolieiro admite auxílios para aumentar rendimento de produtores de leite açorianos

4 de jan. de 2021, 20:18 — Lusa/AO Online

José Manuel Bolieiro, que falava aos jornalistas depois de ter reunido com a direção da Unileite, frisou a importância da “concertação” entre “todos os elementos desta cadeia de negócio”, na fileira do leite.É preciso encontrar “equilíbrio, visto que é fundamental ter uma boa relação, com equidade, justiça e solidariedade, entre produção, transformação e comercialização e o Governo está disponível, obviamente, para ser um parceiro auxiliar destes entendimentos e dessa melhoria de entendimento e de rendimentos para todos”, afirmou o líder do executivo açoriano.Questionado sobre o preço pago aos produtores, o social-democrata admitiu que os fundos comunitários devem “ser utilizados como uma estratégia, até, nalguns casos, disruptiva, para garantir melhoria do rendimento”.A melhoria dos rendimentos não deve ser “só fundada no aumento da produção”, defendeu, “mas sim na qualidade” do produto e pode resultar “do preço”, mas também pode “resultar dos auxílios de subvenção pública e comunitária, que têm a ver com a política estratégica europeia para manter os preços a custos suportáveis pelos consumidores”.Do lado da produção, Pedro Tavares, presidente da Unileite – União das Cooperativas Agrícolas de Laticínios da Ilha de São Miguel, adiantou que é “pretensão” da administração aumentar o preço pago ao produtor, mas, “no momento, não é possível”.“Mas, assim que for possível, a Unileite está na linha da frente, como sempre esteve, para avançar com o aumento [do preço pago ao produtor] da matéria-prima”, acrescentou.A fábrica está a funcionar “quase no seu máximo” de capacidade e “todo o leite recolhido é transformado”, garantiu o dirigente.Quanto às dificuldades de escoamento do produto, Pedro Tavares afirmou que não se vive “uma crise muito acentuada”, mas que a diminuição se deve “aos aumentos da produção e à retração da economia”, particularmente com a quebra no turismo, que impactou o “canal Horeca” (hotéis, restaurantes e cafés).“Os produtos lácteos já tinham uma boa percentagem de consumo nesse canal, no canal Horeca, e não sabemos quando vai acontecer a retoma, mas estamos preparados para, quando houver a retoma, avançarmos. Só aí é que se pode ver a situação e o que se pode fazer com os produtores”, referiu.