Bolieiro acredita que ministra "vai passar das palavras aos atos" sobre prisão de Ponta Delgada
21 de set. de 2022, 18:30
— Lusa/AO Online
“É preciso agir com
urgência, seja no quadro da construção do novo Estabelecimento Prisional
[EP] de São Miguel, seja com a dignidade do alojamento dos reclusos no
antigo [EL]. Esta é uma matéria que tem sido muitas vezes proclamada. É
preciso, agora, falar menos e realizar mais”, afirmou o chefe do
executivo, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, à margem da inauguração do
Tribunal Administrativo e Fiscal de Ponta Delgada.José
Manuel Bolieiro disse estar “convencido de que a ministra da Justiça”,
que termina hoje uma visita aos Açores integrada no “Roteiro da
Justiça”, “ficará na história, porque passará das palavras aos atos”.A
ministra da Justiça disse que a construção de uma nova cadeia em
São Miguel, nos Açores, é uma “prioridade” e anunciou que a atual prisão
de Ponta Delgada vai sofrer requalificações de 100 mil euros.Em
declarações aos jornalistas, Catarina Sarmento e Castro reconheceu a
necessidade de “olhar para o futuro” e “construir outro estabelecimento
prisional” na ilha.O projeto do novo EP
para 400 reclusos foi apresentado em 2018 e, hoje, Catarina Sarmento e
Castro disse que o Governo está à espera da decisão do Tribunal, uma vez
que o concurso foi impugnado.“Para o novo
estabelecimento prisional, o concurso foi impugnado. A última notícia
que tenho é que tinha existido um recurso por parte do único candidato
para o Supremo Tribunal Administrativo e, portanto, estamos à espera
desta decisão”, observou.Quanto ao atual EP, a ministra admitiu que “precisa de mudanças”.“Ninguém pode ficar satisfeito com o que encontra aqui nesta cadeia”, afirmou.Catarina
Sarmento e Castro disse que a cadeia de Ponta Delgada, que serve a
maior ilha açoriana, ficou “mais esquecida” a partir de 2008, quando foi
decidido construir um estabelecimento prisional novo em Angra do
Heroísmo, na ilha Terceira.A governante
avançou que vão ser realizadas obras na cadeia de Ponta Delgada, no
valor de 100 mil euros, que deverão ficar concluídas dentro de menos de
um ano.Aquelas obras vão intervir numa ala que está encerrada e que tem capacidade para 46 pessoas.Quando
questionada sobre o prazo para terminar com as deslocações das mulheres
prisioneiras para fora da ilha (o atual estabelecimento só acolhe
homens), a ministra disse que a situação vai terminar a “breve prazo”,
apontando para a conclusão daquelas obras.“Vêm
mais obras a caminho. Neste momento temos uma ala que não pode
continuar assim. A verba já está inscrita no próprio estabelecimento
prisional”, vincou.A ministra salientou
que, nos últimos anos, o Governo da República investiu cerca de um
milhão de euros na atual cadeia de Ponta Delgada, com intervenções nas
salas de atendimento, na cozinha, nos balneários e nas camaratas.O
Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada foi criado em 1975 num
edifício cuja construção tem origem nos finais do século XIX.Tem capacidade para 141 reclusos, mas atualmente alberga 160 prisioneiros.O
projeto do novo Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada foi
apresentado em novembro de 2018 pela então secretária de Estado Adjunta e
da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, como tendo capacidade para 400
reclusos.O novo equipamento, a construir
na Mata das Feiticeiras, no concelho de Lagoa, num terreno cedido pelo
Governo dos Açores ao Estado, deveria substituir o atual Estabelecimento
Prisional, localizado na cidade de Ponta Delgada e com problemas de
sobrelotação.A 08 junho, o Tribunal
Central Administrativo do Sul determinou que o Instituto de Gestão
Financeira e Equipamentos da Justiça terá de aprovar novo concurso para o
projeto do Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, segundo o
acórdão a que a Lusa teve acesso.Na
sequência da decisão, o secretário de Estado Adjunto e da Justiça disse
ser necessário “trabalhar rapidamente para resolver o problema” do novo
Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada.