Boeing admite "erros" nos acidentes mortais dos 737 Max perante o Senado dos EUA
29 de out. de 2019, 18:09
— Lusa/AO Online
"Sabemos que cometemos
erros e que estávamos errados. Somos culpados disso", afirmou
Dennis Muilenburg, citado pela agência Efe, perante o Comité do Comércio
do Senado norte-americano. Foi a primeiro
vez que a Boeing reconheceu no Congresso norte-americano ter cometido
erros que estiveram na origem dos acidentes que resultaram na morte de
centenas de pessoas e que custaram milhares de milhões de dólares à
empresa com sede em Chicago, nos Estados Unidos. "Em
meu nome e no nome da Boeing, sentimos muito. Lamentamos
profundamente", disse também Dennis Muilenburg, numa audiência na qual
estiveram presentes alguns familiares de vítimas mortais dos acidentes. O
primeiro testemunho do presidente executivo da Boeing no Congresso
norte-americano ocorre exatamente um ano depois do acidente de um avião
737 Max 8 da companhia aérea indonésia Lion Air, que provocou 189
mortos, incluindo todos os passageiros e tripulantes. Cinco
meses depois, um avião do mesmo modelo da Ethiopian Airlines caiu em
circunstâncias semelhantes, causando a morte de 157 pessoas. Desde então, todos os Boeing 737 Max 8 foram retirados de circulação em todo o mundo. Uma
investigação indonésia concluiu que a queda do voo da Lion Air, que
matou 189 pessoas há um ano, se deveu a uma combinação de falhas no
projeto do aparelho, na formação dos pilotos e na manutenção.O
relatório final do acidente, divulgado em 25 de outubro, refere que o
voo 610 da Lion Air, que ligava a capital da Indonésia à ilha de
Sumatra, caiu porque os pilotos nunca foram informados sobre como
responder rapidamente a falhas no sistema de controlo automatizado do
jato Boeing 737 Max 8.O avião mergulhou no mar de Java apenas 13 minutos após levantar voo, em 29 de outubro de 2018.Segundo
o Comité Nacional de Segurança em Transportes da Indonésia, o sistema
automatizado, conhecido como MCAS, contava com um único sensor de
“ângulo de ataque” que fornecia informações erradas, empurrando
automaticamente o nariz do avião para baixo.