Bloco admite momento difícil com Governo e promete insistir na taxa das renováveis
30 de nov. de 2017, 18:34
— Lusa/AO online
“É
um momento que é difícil porque comprova que o lóbi das elétricas é
poderoso demais para as mudanças que contam e que o PS é permeável a
estas imposições e não teve a coragem de dar o passo que tinha acordado
com o BE”, afirmou a coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, à
margem de uma visita à Escola Básica Eugénio dos Santos, em Lisboa. Para
a líder bloquista, que falou pela primeira vez desde a aprovação do
Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), na segunda-feira, e do recuo dos
socialistas, o executivo do PS “não teve coragem de fazer um pouco mais
de justiça combatendo um bocadinho” as “rendas excessivas, em nome de
baixar a conta da energia de todo o país”. Catarina
Martins garantiu que os bloquistas vão, até ao final da legislatura,
“por esta medida em cima da mesa”, uma medida, insistiu, para “baixar a
conta da luz para toda a gente”. “Neste
país, vezes demais, governos demais sistematicamente vergam-se ao poder
das elétricas para que Portugal pague uma das faturas de energia mais
caras da Europa ao mesmo tempo que garante rendas excessivas à EDP e
outras empresas”, disse.Para a coordenadora do Bloco, já é tempo de “dizer basta” à EDP e aos seus “lucros absolutamente abusivos”.O que foi proposto no OE2018, e recusado pelo PS e pelo Governo, era “descer um bocadinho estas rendas”, explicou.“Combater as rendas excessivas é baixar a conta da luz para as famílias e as empresas”, insistiu. A
deputada disse que o BE tem sido fiel ao compromisso assinado há dois
anos com o PS, que resultou no apoio parlamentar ao Governo de António
Costa, juntamente com o PCP e o PEV. “Temos
sido fiéis a esse compromisso e seremos fiéis a esse compromisso
enquanto for cumprido por todas as partes”, acrescentou. Logo
na segunda-feira, a deputada do BE Mariana Mortágua acusou os
socialistas de "deslealdade" e de cederem ao "poder das elétricas",
“voltado com a palavra atrás" ao mudar o seu sentido de voto e chumbar
uma nova taxa sobre as empresas de energias renováveis."Quando
era preciso um primeiro-ministro com `nervos de aço´ para responder às
empresas que pretendem manter rendas de privilégio, o Governo falhou",
lamentou Mariana Mortágua, momento antes de ser votado o Orçamento do
Estado de 2018.