A Comissão Diocesana da Pastoral da Saúde e a Cáritas diocesana serão os
destinatários da renúncia quaresmal da Diocese de Angra “para ajudar a
suster os efeitos desta pandemia”, anunciou o bispo de Angra na mensagem
para a Quaresma deste ano, divulgada no sítio Igreja Açores. “Neste
ano, mais uma vez não poderemos ignorar a pandemia que nos invade e
tanto sofrimento, pobreza e solidão está a provocar. Esta situação apela
à partilha com todos os que sofrem”, afirma D. João Lavrador na
mensagem inspirada no Evangelho de Marcos: “Iam a caminho, subindo para
Jerusalém, e Jesus seguia adiante deles” (Mc. 10, 32).Neste sentido,
determina que “o fruto da renúncia quaresmal a nível da diocese, em
todas as comunidades cristãs, será para ajudar as vítimas da pandemia da
Covid-19. Será repartido em partes iguais pela comissão diocesana da
pastoral da saúde e pela Cáritas diocesana para ajudar a suster os
efeitos desta pandemia”, esclarece o prelado diocesano.“Dado que
esta dádiva é de máxima urgência, pede-se que este ano as paróquias
façam a entrega do montante da renúncia quaresmal o mais depressa
possível” sublinha D. João Lavrador ao apelar “à generosidade de todos
os diocesanos”.O bispo de Angra recorda que “o itinerário quaresmal”
é um convite a “entrelaçar a vida de Jesus Cristo com a vida dos seus
discípulos” e isso pressupõe que todos os batizados façam um esforço
para “despertar para uma vivência mais autêntica da fé cristã”.“É
uma interpelação lançada a toda a pessoa, a todo o cristão mas sobretudo
a toda a comunidade cristã. Ninguém pode ser cristão alheado do mundo
no qual vive, nem da comunidade na qual é chamado a participar
ativamente”, refere o bispo de Angra.Por isso, “cada cristão, em
itinerário quaresmal, fazendo ressoar em si mesmo a experiência de vida
de Jesus Cristo e do próprio Povo de Deus que ao longo dos séculos foi
chamado a caminhos de libertação e de comunhão com Deus e com os outros
seus irmãos, terá de integrar as dores e os sofrimentos, as
perplexidades e angústias, a solidão e o desespero de tantos homens e
mulheres que anseiam pela libertação total que sabemos que só poderá vir
de Deus”, adianta ainda.Segundo o sítio Igreja Açores, para cumprir
este itinerário, D. João Lavrador fala num caminho com passos próprios:
“pelo jejum e pela esmola, pela ascese e austeridade de vida, pela
escuta mais assídua da Palavra, pela frequência dos sacramentos da
Eucaristia e da Reconciliação e pela oração mais intensa e fervorosa,
fortalecemos a comunhão com Deus e com os nossos irmãos”.O bispo de Angra apela assim ao “despojamento”, à “integração na comunidade” e à edificação de uma “ sociedade de irmãos”.O
bispo deixa uma especial exortação aos sacerdotes que devem
proporcionar aos cristãos “iniciativas de oração pessoal e comunitária,
pela reflexão da Palavra de Deus, pela celebração mais frutuosa da
Eucaristia e na celebração do sacramento da Reconciliação” e aos fiéis
para que façam um esforço de conversão.“Em caminhada sinodal, cada
comunidade cristã interpelada em todos os seus membros a uma
participação mais ativa na celebração dos sacramentos, nomeadamente da
Eucaristia, e na missão evangelizadora da Igreja, renova-se e reforça o
seu empenho apostólico através de uma vivência profunda do itinerário
quaresmal”, conclui D. João Lavrador na sua Mensagem da Quaresma 2021.A
quaresma começa em Quarta-Feira de Cinzas, no próximo dia 17 de
fevereiro, e termina pela tarde de Quinta-Feira Santa, antes da Missa
Vespertina da Ceia do Senhor, com que se inaugura o Tríduo Pascal.