Bispo de Setúbal pede aos deputados que considerem uma amnistia no próximo ano
30 de dez. de 2024, 11:20
— Lusa/AO Online
Numa
mensagem escrita com o título “Esperança e Misericórdia”, o bispo de
Setúbal lembra a amnistia em torno da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
que decorreu em Lisboa em 2023 com a presença do Papa Francisco e deixa
um pedido.“A amnistia em torno da JMJ
Lisboa 2023, ao contrário do desejado, ficou infelizmente a marcar
negativamente tantas irmãs e irmãos. Peço, exorto aos nossos ilustres
parlamentares que possam refletir e equacionar uma amnistia no contexto
deste Jubileu Universal e dos 50 anos da Democracia”, refere Américo
Aguiar.O bispo de Setúbal fala da bula de
proclamação do Jubileu 2025 que defende uma amnistia para os presos,
como sinal de “esperança”, e cita o Papa Francisco.“Disse-nos
o Papa Francisco: proponho aos governos que, no ano Jubilar, tomem
iniciativas que restituam esperança aos presos. Formas de amnistia ou de
perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si
mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais
corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”, lê-se na
mensagem.Antes, o bispo de Setúbal
dirige-se às instituições particulares de solidariedade social, às
Misericórdias e repete a palavra “todos, todos, todos”, dita pelo Papa
em Lisboa por ocasião da JMJ, para fazer outro apelo: “sendo económica e
financeiramente possível perdoem dívidas pessoais/individuais”. “Anúncio
o perdão de todas as dívidas pessoais à diocese de Setúbal até à data
de hoje. O mesmo peço a todas as instituições com nossa tutela direta ou
indireta (…). O mesmo farei a título pessoal e vos convido e exorto,
irmãs e irmãos, mulheres e homens de boa vontade, perdoemos as dívidas
pessoais”, acrescenta.A diocese de Setúbal vive um duplo ano jubilar: o Ano Santo de 2025 e 50 anos da criação da diocese (1975/2025).O
Jubileu é uma festa da Igreja Católica, realizada a cada 25 anos, que
junta várias celebrações para assinalar a fé e responder aos desafios de
cada época.Na véspera de Natal, o Papa
Francisco assinalou, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São
Pedro, o início do Jubileu da Igreja Católica, que deverá atrair cerca
de 32 milhões de peregrinos a Roma.Este é o
primeiro jubileu ordinário do Papa Francisco, que cumpre agora a
tradição de, a cada 25 anos, celebrar um "Ano Santo" dedicado a
"consolidar a fé e a solidariedade", durante o qual a Igreja concede
indulgências ou o perdão dos pecados.Francisco
dedicou o Jubileu de 2025 ao tema da esperança e sublinhou essa
mensagem quando abriu a Porta Santa na quinta-feira na prisão de
Rebibbia, em Roma, numa tentativa de dar aos reclusos a esperança de um
futuro melhor.