Autor: Lusa/AO Online
A publicação da Carta Pastoral de Armando Esteves Domingues, intitulada “Batizados na Esperança”, insere-se na caminhada pastoral que a diocese de Angra inicia no domingo e prosseguirá até 2034.
Segundo uma nota da diocese, no documento, o prelado diocesano “traça as linhas orientadoras para os próximos nove anos, centradas na esperança, na corresponsabilidade e na construção de uma Igreja sinodal”.
“Um dos pontos mais determinantes deste documento é a obrigatoriedade de todas as paróquias da diocese constituírem, até ao final do ano pastoral de 2025/2026, os seus Conselhos Pastorais Paroquiais”, referiu.
A determinação, “assumida como prioridade estrutural do caminho sinodal que se pretende trilhar, visa garantir que todas as comunidades cristãs possam viver de forma mais concreta e representativa a dimensão da escuta, da partilha e do discernimento em conjunto”.
“Embora o Código de Direito Canónico preveja o caráter consultivo destes conselhos, o bispo de Angra reforça que a sua missão não pode ser meramente formal. Devem ser verdadeiros espaços de participação e corresponsabilidade, onde a voz do povo de Deus seja tida em conta nos processos pastorais”, é salientado.
A Carta Pastoral determina que até ao fim do ano pastoral 2025/2026 “se concretizem, em todas as paróquias e, em alguns casos específicos, zonas interparoquiais e de ouvidoria, os respetivos Conselhos Pastorais, estruturas básicas de corresponsabilidade eclesial e espaços fundamentais de sinodalidade”.
“Que os que já existem se possam enriquecer com a presença de outros membros da comunidade, mesmo não sendo do âmbito eclesial, para que o seu caráter eminentemente representativo do povo de Deus seja eficaz”, escreve.
Armando Esteves Domingues apela à criação de Conselhos Pastorais com representatividade efetiva, “capazes de integrar não só os agentes pastorais habituais, mas também outros membros da comunidade, incluindo representantes da piedade popular ou de movimentos e grupos que exprimem a vivência concreta da fé no território”.
Salienta também que, em determinadas situações, estes conselhos poderão ser interparoquiais ou a nível de ouvidoria, “adaptando-se à realidade pastoral de cada zona”.
Além disso, a Carta Pastoral aponta para a possibilidade de leigos coordenarem e presidirem a conselhos de âmbito intermédio, como os de ouvidoria ou zonas pastorais, reforçando a necessidade de valorizar os carismas laicais e promover uma cultura de participação efetiva.
O documento, com 14 páginas, “marca o início do designado Projeto Pastoral Diocesano, que será desenvolvido ao longo de três triénios - Anúncio (2025-2028), Caridade (2028-2031) e Celebração (2031-2034) -, depois de uma longa auscultação das bases, iniciada em 1992, no Congresso de Leigos, continuada na Caminhada Sinodal Diocesana entre 2018 e 2021 e já nestes dois anos do seu episcopado, através dos Laboratórios”, segundo a diocese.
O contexto da publicação da Carta Pastoral do bispo de Angra é também marcado pelo Ano Jubilar da Esperança, “que pretende reavivar a confiança nas promessas de Deus, mesmo em tempos de incerteza”.