Bispo a 13 de maio, uma relação com Fátima que manteve como Papa

Óbito/Papa

21 de abr. de 2025, 09:20 — Lusa/AO Online

Em quase oito anos de pontificado, Bento XVI esteve uma vez em Portugal, em 2010, por ocasião da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.Já Francisco visitou o país em dois momentos, primeiro em 2017, no centenário das aparições marianas de Fátima, e depois em 2023, para celebrar a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.Foi a 13 de maio de 1992 que Jorge Bergoglio soube da sua ordenação episcopal, na Argentina, então como bispo auxiliar de Buenos Aires.No livro “O Jesuíta”, de 2010, escrito por dois jornalistas argentinos, o então cardeal explicou que soube da nomeação nessa data, uma decisão de Bento XVI que só seria tornada pública a 20 de maio.Foi já na qualidade de arcebispo de Buenos Aires que Bergoglio acolheu em 1998 a imagem peregrina de Fátima, uma memória que evocou logo no início do seu pontificado, a 17 de março de 2013.No dia da sua eleição, o Papa Francisco pediu ao então cardeal-patriarca de Lisboa, José Policarpo, que “consagrasse o seu novo ministério a Nossa Senhora de Fátima”, algo que sucedeu na peregrinação de 13 de maio.E ainda nesse primeiro ano, a pedido do Papa, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima foi a Roma, para a Jornada Mariana promovida pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.Em 2017, nos cem anos das aparições, quando canonizou os beatos Francisco e Jacinta Marto, o Papa fez a primeira visita ao país, apresentando-se como “peregrino da luz, da esperança e da paz”.A invasão russa da Ucrânia motivou novos sinais da relação de Francisco com o Santuário de Fátima e a sua mensagem de paz e de apelo à conversão da Rússia, datada de 1917.Menos de um mês depois da invasão, a 25 de março, por vontade expressa de Francisco, a Rússia e a Ucrânia foram consagradas ao Imaculado Coração de Maria, numa celebração feita em sintonia no Vaticano, pelo Papa, e na Cova da Iria, pelo legado pontifício, cardeal Konrad Krajewski.O ano de 2023 foi o da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que decorreu de 01 a 06 de agosto e trouxe de novo Francisco a Portugal e a Fátima, numa festa que colocou o país no centro da atenção dos católicos de todo o mundo.A relação com Portugal é também evidente com a nomeação de dois cardeais, que exerciam funções em Portugal, António Marto (bispo de Leiria-Fátima no centenário das aparições) e Américo Aguiar (bispo auxiliar de Lisboa responsável pela Jornada Mundial da Juventude e agora titular da diocese de Setúbal).Além destes dois cardeais, Francisco nomeou também Manuel Clemente, então patriarca de Lisboa, e José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação (cargos que conferem, tradicionalmente, o barrete cardinalício).