'BirdRace Açores' quer promover observação de aves no arquipélago
16 de set. de 2017, 15:12
— Lusa/AO online
"O objetivo principal é promover a avifauna nos Açores
e dar a possibilidade às pessoas de começarem a perceber quais as aves
presentes no arquipélago, as que aqui nidificam e outras que por cá
passam durante a época de migração", declarou à agência Lusa Rúben
Coelho, técnico da SPEA. A iniciativa, que decorre nos dias 30 de
setembro e 01 de outubro, é uma competição por equipas até três
elementos aos quais se pede "o registo do máximo de espécies de aves
observadas na região", promovendo, assim, a sua observação. Segundo Rúben Coelho, o ano passado, a equipa vencedora da 'BirdRace Açores' observou 51 espécies de aves. Adiantando que existem 40 espécies de aves residentes nos Açores
e igual número de aves migratórias regulares, que passam o inverno no
arquipélago, o responsável realçou que "a lista total de espécies
diferentes observadas até à data ronda as 400", pelo que os Açores são uma região muito apelativa para quem pratica a observação de aves. O técnico da SPEA referiu que existem, ainda, "muitas espécies" que surgem de "forma ocasional" nos Açores,
perdidas por via de tempestades, aparecendo no arquipélago devido à sua
localização estratégica como porto de abrigo no Atlântico Norte. "Por todas estas razões é sempre imprevisível o número de aves que podem ser contadas nos Açores", declarou Rúben Coelho, salvaguardando que a adesão à 'BirdRace Açores' nas edições anteriores "tem sido muito boa", tendo sido registadas duas equipas por cada uma das nove ilhas do arquipélago. De
acordo com o regulamento, "apenas serão aceites registos de aves em
liberdade e em habitat natural", sendo que "registos de aves de
estimação ou aves em cativeiro ou imagens de crias no ninho não serão
consideradas". A 'BirdRace Açores',
na quarta edição, integra o 'Eurobirdwatch 2017', um evento promovido
pela 'BirdLife International' que, em Portugal, é coordenado pela SPEA. O
responsável acrescentou que a observação de aves tem vindo a crescer na
região, não só por via da presença de interessados oriundos do
estrangeiro, como por parte da população residente. A situação geográfica dos Açores,
a meio caminho entre a América e a Europa, faz do arquipélago o
primeiro ponto de paragem de diversas aves nos seus fluxos migratórios
e, por isso, um local privilegiado para os primeiros avistamentos. Por exemplo, o único hotel do Corvo, a mais pequena ilha dos Açores,
tem sempre lotação esgotada todo o mês de outubro devido à observação
de aves, referiu o proprietário, Manuel Rita, acrescentando que a
procura é tanta que o mesmo sucede nas casas particulares. O
Corvo, cuja localização geográfica fica quase a meio caminho entre a
Europa e os Estados Unidos, "é um ponto fundamental para a entrada de
diferentes aves que, por vezes, não são avistadas noutros pontos da
Europa e até da América", explicou o diretor do Parque Natural da Ilha,
Fernando Ferreira.