BioNTech capaz de nova vacina em 6 semanas em caso de mutação do vírus
Covid-19
22 de dez. de 2020, 11:19
— Lusa/AO Online
"Somos tecnicamente capazes de
entregar uma nova vacina em seis semanas", disse o cientista e
empresário Ugur Sahin, do laboratório alemão BioNTech."Em
princípio, a beleza da tecnologia de RNA mensageiro é que podemos
começar diretamente a projetar uma vacina que imite completamente a nova
mutação", acrescentou o responsável, durante uma conferência de
imprensa em Mainz (oeste de Alemanha), um dia depois do sinal verde das
autoridades europeias para distribuir na União Europeia a vacina que o
laboratório alemão desenvolveu com a Pfizer.A
BioNTech diz-se confiante de que a vacina contra o coronavírus funcione
no caso da nova variante detetada Reino Unido, mas sublinha que são
necessários mais estudos.A variante,
detetada principalmente em Londres e no sudeste da Inglaterra nas
últimas semanas, gerou preocupação em todo o mundo por causa dos
indícios de que se pode espalhar mais facilmente. Embora
não haja qualquer indicação de que causa formas mais graves da doença,
vários países na Europa estão a restringir as viagens do Reino Unido."Não
sabemos, de momento, se a nossa vacina também é capaz de fornecer
proteção contra essa nova variante", disse Ugur Sahin, acrescentando:
“Mas, cientificamente, é altamente provável que a resposta imunológica
por esta vacina também possa lidar com as novas variantes do vírus”,Sahin
disse que as proteínas na variante detetada no Reino Unido são 99%
idênticas às da estirpe inicial e, portanto, a BioNTech tem "confiança
científica" de que a sua vacina será eficaz.“Mas saberemos apenas se testarmos e precisaremos de cerca de duas semanas a partir de agora para obter os dados", disse.Contudo,
o responsável da BioNTech considerou ainda que a probabilidade de que
vacina que desenvolveram com a Pfizer funcione “é relativamente alta".Se
a vacina precisar de ser ajustada para a nova variante, a empresa
garante que o poderá fazer em seis semanas, embora os reguladores possam
ter de aprovar as alterações antes de as vacinas serem usadas.A
vacina da BioNTech, desenvolvida em conjunto com a farmacêutica
norte-americana Pfizer, está autorizada para uso em mais de 45 países,
incluindo a Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a UE.